Médico cardiologista deve substituir Eduardo Pazuello, após a negativa à nomeação de Ludhmila Hajjar
O médico cardiologista Marcelo Queiroga aceitou o convite para assumir o ministério da Saúde. Ele vai substituir o general de divisão Eduardo Pazuello, que teve a saída definida no último fim de semana.
Queiroga foi recebido nesta segunda-feira (15/03) pelo presidente Jair Bolsonaro. O médico passou a ser o mais cotado para assumir a vaga de Pazuello após a intensivista Ludhmila Hajjar não chegar a um entendimento com o governo. Hoje pela manhã, a médica comunicou ao Planalto que não ocuparia o cargo.
Nascido em João Pessoa, Marcelo Queiroga é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Formou-se em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba. Concluiu a residência em cardiologia no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro. Tem especialização em cardiologia, com área de atuação em hemodinâmica e cardiologia intervencionista.
Quarto ministro
Com a nova mudança no Ministério da Saúde, o médico será o quarto a ocupar o cargo desde o início do governo Bolsonaro, em 2019.
O presidente começou o mandato ao lado do também médico Luiz Henrique Mandetta, que permaneceu no cargo de ministro por um ano e quatro meses. A exoneração do então ministro ocorreu em 16 de abril, ainda no início da crise do coronavírus.
Bolsonaro e Mandetta discordavam sobre como lidar com o combate à pandemia. O ex-ministro apoiava medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos, constantemente atacadas por Bolsonaro.
O médico também se negou a endossar o uso geral de medicamentos sem comprovação científica no tratamento da Covid-19, como defendeu o chefe do Executivo no início da pandemia, a exemplo da cloroquina.
Para o lugar de Mandetta, Bolsonaro escolheu o oncologista Nelson Teich, que permaneceu no cargo durante 28 dias. No período em que comandou a pasta, Teich manteve o posicionamento adotado por Mandetta, em defesa do isolamento social e contrário ao uso de medicamentos sem eficácia no tratamento da doença.
O oncologista, inclusive, se negou a alterar o protocolo do Ministério da Saúde sobre o “tratamento precoce” da Covid-19. Dias depois, já com o general Pazuello no comando interino da pasta, o governo divulgou uma nota informativa com orientações para “manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19”.
Quem é Marcelo Queiroga
Marcelo Queiroga, de 55 anos, é médico formado pela Universidade Federal da Paraíba. Ele fez residência médica no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro e treinamento em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista na Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Atualmente é responsável pelo Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital Alberto Urquiza Wanderley, em João Pessoa (PB) e é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
O médico também tem no currículo intensa atuação na Associação Médica Brasileira (AMB) e na Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), que também presidiu.
É casado com uma pediatra e tem três filhos – uma é médica, outro está a caminho da mesma formação e, o terceiro filho, é advogado.