Em 2018 foram diagnosticados 75 casos novos da doença em brasileiros, cerca de 4,5 mil vítimas fatais
O Brasil está na liderança mundial do combate à tuberculose, doença que está entre as 10 principais causas de morte em todo o mundo, com cerca de 10 milhões de novos casos anualmente. Por aqui, no ano passado, foram diagnosticados 75 casos novos da doença em brasileiros, com cerca de 4,5 mil vítimas fatais.
A tuberculose tem cura e tanto o diagnóstico como o tratamento são ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS), sem custos aos cidadãos. Mas, para alcançar a cura, é preciso completar o tratamento que dura, em média, seis meses.
Com o mandato de três anos na Stop TB, o Brasil, por meio do ministro Luiz Henrique Mandetta, tem a missão de ser porta-voz da luta mundial contra a tuberculose para reduzir a circulação da doença até 2035 – meta defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
STOP TB
A instituição é reconhecida como um órgão internacional único, com capacidade de alinhar atores em todo o mundo na luta contra a tuberculose. A instituição conta com cerca de 1.700 representantes em mais de 100 países, incluindo governos, organizações internacionais, agências de pesquisa e financiamento, além de fundações e ONGs.
Participam, atualmente, do conselho da instituição o ministro da Saúde da África do Sul, Aaron Motsoaledi, e o diretor executivo do Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária, Peter Sands.
Tuberculose no Brasil
No Brasil, em 2018, foram diagnosticados 76.228 casos novos de tuberculose, o que corresponde a um coeficiente de incidência de 36,6 casos para cada 100 mil habitantes. O número representa cerca de um terço de todos os casos registrados na região das Américas. Entre 2009 e 2018 houve queda média anual de 0,3% no coeficiente de incidência da doença.
O Brasil tem conseguido avanços significativos no cuidado e tratamento da tuberculose. O país atingiu as Metas dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM) de enfrentamento à tuberculose, que previa reduzir, até 2015, o coeficiente de incidência e de mortalidade da doença em 50% quando comparado com os resultados de 1990.
Alguns grupos estão mais suscetíveis a desenvolverem a doença, como as pessoas que vivem com o HIV que têm cerca de 25 vezes o risco de desenvolverem tuberculose ativa quando comparado a pessoas que não têm o vírus. Isso acontece por causa da fragilidade do sistema imunológico. Além disso, também são grupos mais vulneráveis a desenvolverem a doença a população em situação de rua (56x), pessoas privadas de liberdade (28x) e indígenas (3x).
Tratar a Tuberculose é prioridade
Neste ano, o Brasil está na presidência pro tempore dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) – grupo de países formado por economias emergentes. E, assim, também preside a Rede de Pesquisa em Tuberculose, criada em 2017, no âmbito do BRICS.
Durante este mandato brasileiro, o Ministério da Saúde tem buscado fortalecer a atuação dos pesquisadores e dos países para o avanço e desenvolvimento de iniciativas inovadoras em tuberculose. Os BRICS concentram 40% dos óbitos por tuberculose no mundo e, por isso, o empenho do bloco é fundamental para eliminação da doença como problema de saúde pública.
Assim, o Ministério da Saúde se comprometeu a investir R$ 16 milhões para financiar o desenvolvimento de pesquisas sobre tuberculose no âmbito do Grupo Econômico BRICs. A ideia é fomentar novas intervenções, esquemas terapêuticos e medicamentos, além de novos métodos de diagnóstico e acesso ao tratamento da doença. Os resultados da iniciativa brasileira podem contribuir para intervenções nos sistemas de saúde dos BRICS.