Saúde

Cresce a incidência da Síndrome do Olho Seco entre os capixabas

10 nov 2019 - 12:13

Redação Em Dia ES

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“O olho sem lágrima é um olho que enxerga mal”, explica a oftalmologista
O “Olho Seco”, síndrome que acomete cerca de 15% da população mundial e está entre as principais razões para visitas ao oftalmologista, podendo até comprometer a visão, está aumentando sua incidência. Entre as causas do seu crescimento estão hábitos não recomendados, entre outros fatores da vida moderna. Apesar disso, ela ainda é desconhecida da maioria dos capixabas. Alguns sofrem anos com esse desconforto e nem têm conhecimento que possuem a síndrome.

“Esta síndrome é caracterizada por uma deficiência na produção ou na qualidade das lágrimas provocando, principalmente, o ressecamento da superfície do olho. Entre os sintomas estão ressecamento, vermelhidão, ardor e coceira. Os estágios da doença vão de leve a moderado e grave. Os casos de moderado para grave trazem muito desconforto – dor, baixa da acuidade visual, dificuldade no uso de lentes de contato, além de dificuldade em atividades de rotina como ler, ver tv, usar o computador. Além disso, o olho sem lágrima é um olho que enxerga mal”, explica a oftalmologista especializada no tratamento da Síndrome do Olho Seco, Liliana Nóbrega.

O aumento na incidência da doença, segundo a especialista, está especialmente relacionado com os novos tempos. Hábitos não recomendados e o envelhecimento da população são alguns dos principais fatores. Com o fenômeno do envelhecimento populacional, com as pessoas vivendo mais, aumenta o aparecimento da doença. Além disso, são responsáveis a poluição das cidades e o uso prolongado de aparelhos eletrônicos como celulares, computadores e tablets. “Há um impacto mundial na doença por conta de as pessoas ficarem, por muito tempo, em frente a um computador, notebook, celular, tablet, piscando muito menos do que o normal e, com isso, deixando de lubrificar os olhos”, alerta Liliana Nóbrega.

Além disso, a doença tradicionalmente acomete mais mulheres, principalmente após a menopausa. Nesse estágio da vida elas sentem muito ressecamento nos olhos. Também são fatores de risco as doenças autoimunes de origem reumatológicas, cujos sintomas são boca e olho seco, e que podem ser acompanhadas de artrites.

Ar condicionado, uso continuado de lentes de contato e alguns medicamentos (diuréticos, anti-histamínicos, antidepressivos e anticoncepcionais) também podem provocar a síndrome.

“Por ser uma doença crônica, sem cura, fazer o tratamento correto para diminuir os sintomas ao máximo, reduzindo o desconforto e melhorando a qualidade de vida, é fundamental”, reforça a oftalmologista.

Mas ela explica que o tratamento não se resume a melhorar a quantidade de lágrimas. A doença é de origem inflamatória e muitas vezes é necessário, por exemplo, lançar mão de corticoides tópicos para desinflamar as glândulas ou usar imunomoduladores para tratamento de longo tempo.
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Atualizado 10 nov 2019 - 12:13

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