Um levantamento feito pela Fundação Abrinq apontou que quase 11 milhões de crianças e adolescentes no Brasil estão em situação de extrema pobreza.
A edição de 2023 do Cenário da Infância e Adolescência no Brasil, que compila dados de 2021, mostrou que jovens entre 0 e 14 anos nesta situação vivem com 11 reais por dia.
Os 10,6 milhões em situação de pobreza representam um aumento expressivo de 38% na comparação com 2020, quando eram 7,7 milhões de crianças e adolescentes.
O gerente executivo da Abrinq Victor Graça contou que há 10 anos a fundação lança a publicação, utilizando dados públicos do IBGE e da Pnad, por exemplo.
“As causas para o aumento significativo na pobreza passam pelo desemprego, que afeta diretamente as crianças, viver com 11 reais ao dia é praticamente impossível.”
Segundo ele, a pandemia de Covid-19 trouxe um “impacto imenso” na mortalidade materna, que teve um aumento de quase 100% entre 2019 e 2021.
Mesmo diante desse quadro, Victor Graça acredita que a solução existe.
“A gente tem a transferência de renda, aumento da atividade econômica e emprego, que ajudam na saída da pobreza”, disse.
Enquanto essa combinação não acontece, ele defende a necessidade de “políticas públicas para mitigar a pobreza e desnutrição infantil.”
O mais importante, para ele, é que o Brasil “tem que ter pacto pela educação, com investimento durante 15, 20 anos muito forte e isso dará efeito transformador lá na frente”.