A América Latina é a região com mais infecções no mundo, embora alguns países da região estejam começando a apresentar um ligeiro declínio nos contágios
Os casos de coronavírus no mundo passaram de 25 milhões neste domingo. Os dados mostraram um crescimento global estável, conforme o epicentro da doença muda mais uma vez, com a Índia agora ocupando o lugar dos Estados Unidos e da América Latina.
O registro na Índia de 78.761 novas infecções por coronavírus em um só dia, divulgado neste domingo, ultrapassou o registro de 77.299 casos relatado pelos Estados Unidos em meados de julho. O aumento no país do sul asiático elevou o número de casos globais para 25.074.751.
O número oficial de casos de coronavírus é agora pelo menos cinco vezes maior que o número de doenças graves oriundas do vírus influenza registradas anualmente, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em todo o mundo, já ocorreram mais de 840.000 mortes, considerado um indicador mais lento dado o período de incubação de duas semanas do vírus. Essa contagem já ultrapassa os registros estimados de 290.000 a 650.000 mortes anuais relacionadas à gripe.
A Índia, o segundo país mais populoso do mundo, está em terceiro atrás de Estados Unidos e Brasil em número total de casos, mas tem ultrapassado consistentemente ambos em novos casos diários desde 7 de agosto, de acordo com o levantamento da Reuters.
Apesar do aumento do número de casos, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, tem pressionado pelo retorno à normalidade de forma a diminuir a crise econômica da pandemia, depois de impor uma quarentena restrita para seus 1,3 bilhão de habitantes em março.
O governo anunciou no sábado que vai reabrir as redes de trens subterrâneos —que são utilizadas por milhões na capital Nova Délhi— e permitir eventos esportivos e religiosos de forma limitada a partir do próximo mês.
A América Latina é a região com mais infecções no mundo, embora alguns países da região estejam começando a apresentar um ligeiro declínio nos contágios.
Nos Estados Unidos, as métricas sobre novos casos, mortes, hospitalizações e taxas de positividade em testes estão diminuindo, mas existem pontos emergentes da doença no Meio-Oeste do país.
O ritmo global de novas infecções se estabilizou um pouco. Demorou cerca de três semanas para que o número de casos saltasse de 20 para 25 milhões. Comparado com os 19, 24 e 39 dias que foram necessários para, respectivamente, aumentarem 5 milhões de casos ao levantamento global quando este chegou aos 20 milhões, 15 milhões e 10 milhões.
A taxa de novos casos diários desacelerou para cerca de 1,2% em relação a agosto até agora. Isso ante 1,7% em julho, 1,8% em junho, 2,1% em maio, 4,6% em abril e 7,7% em março.
Especialistas em saúde enfatizam que os dados oficiais quase certamente subnotificam tanto infecções quanto mortes, especialmente em países com capacidade limitada de testes.
Embora a trajetória da Covid-19 ainda esteja muito aquém da gripe espanhola de 1918, que infectou cerca de 500 milhões de pessoas, matando pelo menos 10% dos pacientes, os especialistas temem que os dados disponíveis minimizem o verdadeiro impacto da pandemia.