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Inmet diz que 2023 será o ano mais quente desde a década de 1960

16 nov 2023 - 07:30

Redação Em Dia ES

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As temperaturas ficaram acima da média histórica, atingindo o recorde no Brasil pelo quarto mês seguido conforme levantamento do Inmet
Dentre os quatro meses consecutivos mais quentes deste ano, setembro apresentou o maior desvio (diferença entre o valor registrado e a média histórica) desde 1961. Foto: MAURO SCHAFER

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as temperaturas ficaram acima da média histórica nos meses de julho, agosto, setembro e outubro atingindo o recorde de temperatura média por quatro meses seguidos.

Nos últimos meses o Inmet vem realizando uma análise meteorológica específica para o Brasil, utilizando dados de temperatura média do ar das estações meteorológicas espalhadas por todo o território nacional.

Dentre os quatro meses consecutivos mais quentes deste ano, setembro apresentou o maior desvio (diferença entre o valor registrado e a média histórica) desde 1961, com 1,6ºC acima da climatologia de 1991/2020 (média histórica).

Em 2023, os meses citados foram marcados por calor extremo em grande parte do País e eventos de onda de calor, reflexo dos impactos do fenômeno El Niño (aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial), que tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do planeta.

Além disso, outros fatores têm contribuído para a ocorrência de eventos cada vez mais extremos, como o aumento da temperatura global da superfície terrestre e dos oceanos.

Desta forma, o cenário indica que o ano de 2023 será o mais quente desde da década 60. Estes resultados corroboram com as perspectivas encontradas por outros órgãos de meteorologia internacional, pois, segundo pesquisadores do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, é improvável que os dois últimos meses deste ano revertam este recorde, tendo em vista que a tendência é de altas temperaturas em todo o mundo.

O Inmet é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.

Onda de calor
Na semana passada o Instituto fez um alerta a onda de calor registrada nas áreas do Centro-Oeste e Sudeste do País e que ainda se estende por esta semana.

A onda de calor que atinge principalmente o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil chegou em uma época do ano em que, normalmente, a estação chuvosa já está estabelecida e em que as nuvens funcionam como uma espécie de controle das temperaturas. A ausência dessa defesa, segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Anete Fernandes, potencializa os efeitos do fenômeno climático.

“Quando a gente tem ausência de chuva nesta época do ano, que chamamos de veranico, a ausência de nuvens favorece uma grande incidência de radiação na superfície, que é o que está acontecendo agora. Então, as temperaturas se elevam muito”, contou.

De acordo com a meteorologista, a configuração de baixas pressões, característica dessa época do ano, está funcionando em grande parte do país. No entanto, em médios níveis da atmosfera, existe uma circulação de alta pressão que impede o desenvolvimento das nuvens de chuva.

“Quando há essa condição de baixa superfície e não tem as nuvens, isso potencializa ainda mais o aquecimento da atmosfera”, analisou.

O que é e quais os impactos do El Niño
O El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico na região da Linha do Equador, podendo se estender desde a costa da América do Sul até o meio do Pacífico Equatorial.

Durante o fenômeno, que, normalmente, começa a se formar no segundo semestre do ano, as águas ficam, pelo menos, 0,5°C acima da média por um longo período de tempo de, no mínimo, seis meses. Vale lembrar que ele não tem um período de duração definido, podendo persistir até dois anos ou mais.

Durante a formação do El Niño, o comportamento dos ventos alísios tem papel fundamental. Os alísios são ventos constantes vindos dos Hemisférios Sul e Norte, que se encontram na região da Linha do Equador e seguem do leste para o oeste do planeta Terra.

Normalmente, o movimento dos ventos interfere no Oceano Pacífico e empurra as águas da superfície para o oeste, permitindo que as mais profundas e frias subam. No entanto, quando os ventos alísios estão enfraquecidos ou invertem a direção, essa troca de águas não ocorre e as mais quentes permanecem por mais tempo paradas na superfície, podendo chegar até 3°C ou mais acima da média, formando, assim, o El Niño.

*Com informações de Extra Classe

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Atualizado: 10/12/2023 23:00

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