O penúltimo sábado de novembro marca uma importante data voltada ao enfrentamento ao Aedes aegypti. Instituído pela Lei Nº 12.235, neste sábado (18), acontece o Dia Nacional de Combate à Dengue.
Ao longo deste ano, a Secretaria da Saúde (Sesa) tem promovido e realizado iniciativas importantes no combate ao mosquito, e que foram intensificadas devido ao cenário epidemiológico da dengue no Espírito Santo.
“Vivenciamos, no primeiro semestre, uma epidemia de dengue, com o aumento de casos notificados não só desta doença, mas de chikungunya e Zika também. Nesse período, mobilizamos a criação de um Centro de Operações de Emergência (COE) para o enfrentamento às arboviroses, com ações articuladas em todo o Sistema Único de Saúde (SUS). Os aprendizados e as ações bem-sucedidas ficaram como legado e continuamos a desenvolver novas propostas, como a instituição de uma Sala de Situação, voltada exclusivamente às arboviroses, a entrega de equipamentos aos municípios para o combate a vetores e o desenvolvimento cientifico de pesquisas”, destacou o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso.
O COE foi um mecanismo de gestão coordenada e formado por profissionais de diferentes áreas, a fim de trazer um olhar multidisciplinar ao enfrentamento às arboviroses durante o primeiro semestre de 2023.
Com a redução de casos, a expertise aprimorada com o Centro de Operações de Emergência propiciou a criação de uma Sala de Situação das Arboviroses, que tem por objetivo intensificar a consolidação e a divulgação de informações para a tomada de decisão, visando ao fortalecimento das atividades de vigilância e o controle das arboviroses, além de coordenar as ações de prevenção e a organização da rede assistencial para garantir a resposta adequada e oportuna à ocorrência das doenças causadas pelo Aedes aegypti.
Além disso, o Estado realizou a distribuição de 288 equipamentos para o reforço do combate e controle de vetores nos 78 municípios capixabas. A entrega também visa a auxiliar na implementação, por parte da Sesa, da Estratégia Estadual de Controle do Culex quinquefasciatus, conhecido como pernilongo comum.
Outra importante ação está na capacitação contínua dos profissionais de saúde e das equipes nas superintendências regionais de saúde e nos municípios, especialmente para fomentar a realização do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), do monitoramento por ovitrampas e do apoio de maneira complementar, avaliando/monitorando os dados diariamente. Além disso, com os municípios, o Estado auxilia na atualização dos planos de contingência e no estímulo da realização de mutirões de limpeza.
O subsecretário Orlei Cardoso pondera, entretanto, que o enfrentamento à dengue e às demais arboviroses deve acontecer com o apoio de toda sociedade.
“Esse enfrentamento está também na conscientização da população quanto às ações de cuidados diários de limpeza. E esse trabalho se torna ainda mais importante, uma vez que 80% dos focos encontram-se nas residências”, disse.
A Sesa orienta a população capixaba a realização de um checklist semanal em casa para a limpeza de possíveis locais de reprodução do mosquito.
Inovação e pesquisa ajudam no enfrentamento à dengue
O desenvolvimento da pesquisa científica em prol do enfrentamento ao Aedes aegypti proporcionou a implementação de uma nova ferramenta de monitoramento e controle do mosquito em todo Estado.
Elaborada por profissionais do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental (NEVA), da Secretaria da Saúde, com a Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Superintendência Regional Central de Saúde, a pesquisa mostra o desenvolvimento de um projeto-piloto realizado neste ano de 2023, a partir da utilização de um Sistema de Informação, o Quantum GIS (QGIS), que auxilia no processamento de dados geoespaciais.
“Os resultados que alcançamos, por meio do monitoramento contínuo da infestação do Aedes aegypti usando o QGIS, permitiram realizar análises espaciais e possibilitar a gestão de uma melhor aplicação dos recursos, além de uma avaliação da qualidade de execução do LIRAa, que é uma importante ferramenta que permite o conhecimento de forma rápida, por amostragem, da quantidade de imóveis com a presença de recipientes com larvas do mosquito e os tipos de recipientes predominantes, se é caixa d’agua, lixo, etc”, explicou a bióloga Luana Morati, uma das responsáveis pela pesquisa e que atua na Vigilância Ambiental da Sesa.
De acordo com a profissional, após a experiência exitosa na Região Central de Saúde, a Sesa passou a utilizar a nova metodologia em todo o Estado.
“Esse processo e a utilização do software permitem com que possamos visualizar mapas georreferenciados, com capacidade de sobrepor dados epidemiológicos, além de climáticos e socioeconômicos às informações de infestação do mosquito e de tipos de depósitos predominantes. Assim, possibilita uma compreensão mais profunda das condições que favorecem a proliferação de Aedes aegypti e ajuda na identificação de grupos populacionais mais vulneráveis”, complementou Luana Morati.