No início de 2024, o Brasil enfrenta um aumento nos casos de dengue. Segundo dados recentes, os registros da doença atingiram a marca de 512.353 casos em janeiro deste ano, representando um aumento quatro vezes maior em comparação ao mesmo período do ano anterior. No Espírito Santo, os números também são preocupantes, com 14.106 casos confirmados.
A situação é preocupante diante do número de vítimas fatais. No país, 75 pessoas perderam suas vidas devido à dengue apenas nos primeiros dias do ano, sendo uma delas no Estado do Espírito Santo. Além disso, outras seis mortes estão sob investigação, evidenciando a gravidade da situação.
O aumento dos casos tem gerado uma demanda crescente por repelentes nas farmácias da Grande Vitória. A procura por esses produtos aumentou de 10% a 70% nas drogarias da região metropolitana. A farmacêutica Michelly Marchiori ressalta que a alta demanda tem dificultado o acesso a determinados produtos, até mesmo para os distribuidores.
O infectologista Lauro Ferreira Pinto alerta para a importância de medidas preventivas, destacando que os repelentes à base de Icardina são os mais eficazes, oferecendo uma proteção que dura cerca de 10 a 11 horas. Ele salienta que o aumento dos casos de dengue neste período do ano é atípico e preocupante, especialmente quando comparado ao ano anterior, já considerado crítico.
Além do uso de repelentes, medidas simples podem ser adotadas dentro de casa para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Telas de proteção nas janelas, cuidados com vasos de plantas e eliminação de recipientes que possam acumular água são algumas das práticas recomendadas pelos especialistas.
O Estado do Espírito Santo está na 6ª posição no ranking dos estados com maior incidência de dengue, segundo o Ministério da Saúde. O Estado só está atrás do Distrito Federal e os estados de Minas Gerais, Acre, Paraná e Goiás.
Dengue e saneamento
Segundo o artigo de Luana Pretto e Luciano Pamplona de Góes Cavalcanti, este tema dialoga diretamente com a falta de Saneamento dos municípios.
“A falta de saneamento contribui para o aumento da oferta de potenciais criadouros de mosquito. Sem água em quantidade e qualidade adequada para a realização das atividades diárias, a população precisa acumular água nos mais diferentes tipos de reservatórios. Na maioria das cidades brasileiras, esses depósitos ‘informais’ usados pela população para armazenar água para consumo próprio são os principais criadouros de mosquitos.”
Zika em Jaguaré
O boletim epidemiológico divulgado no último dia 05/02, pela Secretaria Municipal de Saúde de Jaguaré, alerta para a confirmação do primeiro caso do vírus da zika em uma gestante no município. O boletim epidemiológico do município aponta que a incidência de casos de dengue também é alta. Já foram 255 casos notificados e 72 casos confirmados até a segunda-feira.
A secretária municipal de Saúde, Itatiane Lana Carvalho, explica que as medidas de prevenção e controle da zika são as mesmas da dengue e chikungunya e todas são transmitidas pelo mosquito aedes aegypti.
“Nossa população tem que estar atenta e remover todas as possibilidades dos criadouros do mosquito eliminando os recipientes que possam acumular água”, afirmou a secretária de Saúde do município ressaltando que “essas doenças matam ou podem deixar sequelas, por isso temos o dever como cidadãos de participar desse combate”, complementou.