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Governo Lula dispensou ajuda do Uruguai para o RS? Entenda o que aconteceu

10 maio 2024 - 07:36

Redação Em Dia ES

Com Valor Econômico

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Avião seria grande demais para as pistas de pouso e decolagem em boas condições no estado
Helicóptero da Força Aérea do Uruguai emprestado ao Brasil para ajudar nas operações de socorro no Rio Grande do Sul. Foto: FAU/Divulgação

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou a ajuda oferecida pelo Uruguai com o empréstimo de um helicóptero para auxiliar no resgate às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Recusou, porém, um avião, que traria lanchas e drones, por não haver “infraestrutura aeroportuária disponível”.

Desde a última semana, o estado gaúcho sofre com fortes chuvas que deixaram cidades inteiras inundadas. Mais de um milhão de moradores foram afetados pelo desastre ambiental e a Defesa Civil do RS já contabiliza mais de 100 mortos.

A recusa de ajuda foi alvo de apelo por parte de José Henrique Medeiros Pires, secretário-executivo do Governo do Rio Grande do Sul, durante audiência no Senado sobre a tragédia no estado, realizada na segunda (6). Na ocasião, Pires agradeceu ao país vizinho pela pronta disponibilidade e pediu para que a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, autorizasse o empréstimo dos veículos.

“Nós aguardamos agora que a ABC autorize a entrada no Brasil de lanchas que foram disponibilizadas pelo Uruguai. Lanchas que estão prontas para embarcarem para o Brasil”, disse.

Pires também citou um helicóptero tripulado, também do governo uruguaio, que já está em operação nos salvamentos às vítimas ilhadas pelas enchentes na região do município de Santa Maria (RS).

Nesta quarta (8), a Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal emitiu um comunicado dizendo que “não recusou ajuda” do Uruguai. De acordo com o governo, “todas as ofertas de auxílio são bem-vindas, serão analisadas conforme a adequação às urgências e serão bem recebidas”.

O avião oferecido traria lanchas e drones para auxiliar nos resgates às vítimas. O governo brasileiro diz que “a avaliação técnica foi a de que o aparelho, em razão de suas características, não seria adequado para o tipo de operação exigida”. Disse, também, que no Rio Grande do Sul um avião da frota brasileira com a mesma funcionalidade do uruguaio já está em operação.

“A conclusão foi a de que não havia necessidade desse tipo de aeronave”, escreveu o governo.

O comunicado também citou que a infraestrutura aeroportuária disponível pesou na decisão.

O Ministério da Defesa informou que o Brasil possui a aeronave KC 390, que pousa em pista menor e transporta uma carga maior do que o modelo Lockheed KC-130 H Hercules, oferecido pelo Uruguai.

Os alagamentos, que atingem em algum nível 80% das 497 cidades do estado, deixaram o Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, debaixo d’água. Com volume que alcançou 2,5 metros de altura, a água inundou a pista e a área de sinalização do aeroporto. Por conta disso, pousos e decolagens estão suspensos no terminal até 30 de maio. Outros aeroportos comerciais pelo estado estão na mesma situação.

Diante da necessidade, a Base Aérea de Canoas (RS) foi aberta para operação de voos comerciais nesta segunda. O objetivo é amenizar o caos causado pelo fechamento dos aeroportos pelo estado e criar uma rota de recebimento de donativos vindos de outras regiões, inicialmente.

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Atualizado 10 maio 2024 - 07:48

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