O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta quarta-feira, 5, que o governo destinará R$ 150 milhões a municípios para apoio na segurança escolar. A decisão, motivada após o ataque a uma creche de Blumenau, em Santa Catarina, que deixou quatro crianças mortas e cinco feridas, foi anunciada em uma coletiva de imprensa.
“Por determinação do presidente Lula, o Ministério da Justiça vai oferecer apoio financeiro às Rondas Escolares das polícias estaduais ou guardas municipais. O primeiro edital sairá na próxima semana, com o valor de R$ 150 milhões”, disse Dino.
A medida é emergencial, conforme aponta o ministro. Ao mesmo tempo, haverá a expansão de um grupo interministerial que trabalhará na formação de um política nacional de enfrentamento à violência nas escolas.
Esse grupo, conforme apontou o ministro da Educação, Camilo Santana, foi criado na semana passada, logo após o ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Zona Oeste de São Paulo. No episódio, uma professora foi golpeada com uma faca, e acabou morrendo. Outras cinco pessoas ficaram feridas.
“Esse decreto interministerial praticamente já estava em elaboração, e hoje será sancionado pelo presidente, incorporando outros Ministérios, como da Saúde, pela questão da saúde mental e acompanhamento psicológico nas escolas, e das comunicações, que hoje há um problema seríssimo que são as redes sociais, com a chamada deep e dark web”, afirma Santana.
Além da Justiça, da Educação, Saúde e Comunicações, farão parte desse trabalho representantes do Ministério das Direitos Humanos e da Secretaria-Geral da Presidência
O grupo, que ficará sob comando do ministro da Educação, deve ter sua primeira reunião às 10h30 nesta quinta-feira, 6. As propostas para enfrentamento à violência nas escolas e creches devem ser apresentadas em até 90 dias. “Não significa dizer que essas ações demorarão 90 dias para serem aplicadas”, explicou.
O monitoramento das redes sociais de todo o país, para prevenção de supostos ataques, é feito por dez policiais atualmente, e receberá um reforço. Dino anunciou que, a partir desta quinta, essa análise será feita por 50 policiais, que se dedicarão exclusivamente a esse trabalho.
“Isso tudo [os ataques] é fruto do estímulo à violência, as armas, a intolerância. Portanto, o processo precisa ser aliado à sociedade inteira. […] Nós precisamos nos indignar com o episódio lamentável que ocorreu hoje”, finalizou Santana.
Como aconteceu o ataque
As vítimas do atentado que ocorreu na creche Cantinho do Bom Pastor tinham de 4 a 7 anos e estavam brincando no parquinho quando o homem de 25 anos invadiu a unidade de ensino com um machadinho. Segundo informações preliminares do tenente-coronel Diogo de Souza Clarindo, comandante do Corpo de Bombeiros, o homem pulou o muro e desferiu golpes nas crianças. Elas foram atingidas na cabeça e morreram na hora.