agricultura

Café conilon do Espírito Santo ganha destaque com alta de preços no mercado internacional

21 out 2024 - 16:26

Redação Em Dia ES

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Exportações de café robusta capixaba superam celulose e lideram o agro do estado em 2024, impulsionadas por quebra de safra no Vietnã e dificuldades logísticas globais
Café conilon do Espírito Santo ganha destaque com alta de preços no mercado internacional. Foto: Getty Images Pro

O forte aumento dos preços do café conilon no mercado internacional, iniciado em 2023, impulsionou as exportações do Espírito Santo, principal produtor da variedade no Brasil. De janeiro a setembro de 2024, o estado exportou 5,9 milhões de sacas, superando o volume de 2023 em 158%, e gerou receita de US$ 1,1 bilhão, ultrapassando a celulose como principal produto do agro capixaba.

O preço médio de US$ 199,15 por saca foi o mais alto da história, beneficiado por problemas na safra do Vietnã, maior produtor de robusta, e dificuldades logísticas na rota do Mar Vermelho. “A demanda pelo conilon foi muito maior que a oferta este ano. Nosso volume caiu, mas o faturamento aumentou”, relatou Renata Vaz, gerente de exportação da Cooabriel, maior cooperativa de conilon do Brasil.

A escassez de chuvas entre 2023 e 2024 também afetou os cafeicultores capixabas, causando quebras de safra significativas. Guilherme da Silva Oliveira, produtor de Nova Venécia, contou que a quebra de 45% na sua colheita foi compensada pela alta nos preços. “O preço pago ao produtor mais que dobrou. Está em R$ 1.340 por saca, mas já chegou a R$ 1.500”, disse ele, que realizou sua primeira exportação para a Suíça este ano.

O aumento da qualidade do café conilon capixaba, fruto de investimentos em irrigação e manejo, também contribuiu para a valorização. “Há 15 anos, colhíamos uma média de 40 sacas por hectare. Hoje, chegamos a 90, e tem áreas que rendem até 170 sacas”, destacou Oliveira.

Apesar das dificuldades climáticas, a valorização global do robusta abriu novos mercados para o conilon capixaba, como Itália, Estados Unidos, México e Bélgica. Para Carlos Alberto Roldi Filho, produtor de Santa Teresa, a alta dos preços ajudou a equilibrar as contas. “Mesmo com a quebra de 15%, tivemos uma boa safra. A chuva está voltando devagar, o que é bom para a lavoura”, afirmou.

A previsão de uma nova quebra de safra no Vietnã, com queda de 10% na produção, promete manter a alta dos preços do robusta, beneficiando ainda mais o Espírito Santo. Na bolsa de Londres, o robusta acumulou alta de 51% desde o início de 2024. “O encarecimento do café vietnamita aumentou a demanda pelo conilon capixaba, que fechou setembro com preço médio superior ao da saca de arábica”, observou Giliarde Cardoso, da Nater Coop.

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Atualizado: 21/10/2024 17:01

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