A Polícia Federal prendeu em flagrante, nesta terça-feira (26), dois indivíduos durante a Operação Morada Ilusória, que investiga desvio de recursos públicos, direcionamento de licitações e lavagem de dinheiro na Prefeitura de São Mateus, no norte do Espírito Santo. Os alvos incluem servidores públicos e empresários ligados a processos de contratação pública realizados pela Secretaria de Obras do município.
A operação cumpriu oito mandados de busca e apreensão, resultando na prisão de um dos investigados por porte de arma de fogo de uso permitido e receptação. Além disso, foram bloqueados aproximadamente R$ 220 mil e apreendidos quatro veículos, documentos e mídias, que serão encaminhados para perícia.
Fraudes com imóveis usados como propina
De acordo com a Polícia Federal, as investigações apontam para o direcionamento de licitações em favor de determinadas empresas, que, em troca, realizariam pagamentos de propina a servidores do município por meio de imóveis. Como parte das medidas cautelares, a Justiça determinou o bloqueio de até R$ 2,9 milhões em valores, visando à recuperação de ativos e ao ressarcimento ao erário público.
A Prefeitura de São Mateus é administrada pelo prefeito Daniel Santana Barbosa, conhecido como Daniel da Açaí. Em nota enviada ao Em Dia ES, a Prefeitura de São Mateus informou que não recebeu nenhuma notificação formal sobre a suposta investigação mencionada, e que “até o momento, todas as informações chegaram ao nosso conhecimento exclusivamente por meio da mídia”.
A Prefeitura também declarou que, “em face dos fatos relatados e das informações divulgadas pela imprensa, decidiu instaurar um processo administrativo para apurar os acontecimentos de forma detalhada. O objetivo é garantir a transparência e a responsabilidade na gestão pública”.
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, porte de arma de fogo de uso permitido e receptação. Para peculato, as penas previstas variam de 2 a 12 anos de reclusão; para lavagem de dinheiro, de 2 a 10 anos. As investigações prosseguem para identificar outros possíveis envolvidos e consolidar as provas coletadas.