Aumentou o número de ameaças de ataques a escolas do país e no Espírito Santo. Nesta segunda-feira (10) uma série de ameaças publicadas em redes sociais deixaram pais alarmados.
Em muitos locais, pais deixaram de enviar os filhos à escola com medo de novos ataques, como os registrados em Santa Catarina e São Paulo nos últimos dias. No Espírito Santo o caso mais chocante foi o ataque de um adolescente de 16 anos a duas escolas de Aracruz, que deixou 4 mortos e vários feridos em novembro do 2022.
Enfrentamento à violência
Em entrevista ao Portal Folha Vitória, o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, disse que está em curso a criação de um plano estadual para tratar de segurança nas escolas.
“A ideia é apresentar o plano até o final de abril, o qual terá apoio da Secretaria de Educação (Sedu) e da Saúde (Sesa). Há um grupo estabelecido, chamado de Comitê de Segurança Escolar, que, nas palavras do secretário, congrega as forças de segurança, unindo Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil”
Explicou Ramalho.
Entre os grupos, Ramalho afirmou que há um específico para tratar de tecnologia, analisando quais as melhores opções a serem aplicadas no ambiente escolar, e um grupo de Inteligência, que também terá parceria com a Polícia Federal.
Motivos para os ataques
Segundo o secretário de Segurança Pública, o bullying nas escolas têm relação direta com o que acontece dentro do ambiente de aprendizagem, como cenas de humilhação. “O estudante que é vítima acaba ficando recluso, sem querer ir para a escola e aí encontra apoio na deep e dark web”, alertou.
Treinamento para profissionais da educação
Ramalho destacou que será oferecido curso de primeiros-socorros pelos bombeiros aos profissionais que atuam nas escolas da rede estadual. “A ideia não é correr para sair, porque nessas ocasiões, se correr a pessoa vai ao encontro do atirador”, disse.
Uma das ideias, segundo Alexandre Ramalho, é identificar um local, como uma sala de aula, para que as pessoas se escondam em segurança.
“Teremos treinamentos periódicos, simulações e palestras. É preciso mudar também o ambiente interno, até para gerar uma devolutiva. Ensinar as pessoas como lidar com o pânico”, pontuou.
Inteligência Artificial
Uma ideia estudada é também a implantação de Inteligência Artificial nas escolas, por meio de robôs que possam avisar sobre pessoas com características determinadas, por exemplo: que entrem portando alguma arma, correndo, de máscaras ou bandanas.
“Seria como acontece com o cerco inteligente, que é uma ferramenta que tem ajudado a PC. O cerco passa algumas características suspeitas e a partir daí se acende um alerta. Algo parecido está dentro do grupo de tecnologia, que vamos alinhar no plano escolar”, acrescentou.
Questionado sobre se os ataques no país e no Estado têm se tornado uma “epidemia”, Ramalho afirmou que não usaria esse termo.
“Nem todas as informações que chegam são verdadeiras, mas de fato o número aumentou e precisamos considerar isso. É importante deixar o aviso para que, diante de qualquer comentário, informação, desenho de croqui, ameaça de invasão, falas sobre armas e simulacros, a que os alunos tenham acesso, imediatamente seja denunciado ao 181 para que qualquer ato seja evitado”, disse.