O ataque a uma escola nesta semana em São Paulo renova a preocupação de pais sobre como notar sinais de alerta no comportamento dos filhos. Irritabilidade, alienação social, linguagem agressiva e tempo demais em telas de celular e computador são alguns dos sinais de alerta para pais, responsáveis e professores perceberem uma mudança grave no comportamento de crianças e adolescentes, segundo especialistas.
“A violência está aumentando de forma geral, não só no Brasil, mas no mundo. As redes e bolhas de ódio repercutem na infância e principalmente na adolescência”, diz Evelyn Eisenstein, coordenadora do grupo de trabalho Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Relatório do grupo de transição do governo federal contabilizou 35 mortes em ataques entre os anos 2000 e 2022.
Ela aponta como o bullying no ambiente escolar pode contribuir para comportamentos violentos de crianças e adolescentes. “As escolas precisam não só de um programa de prevenção da violência, mas de construção da paz”, afirma ela.
Um caso recente que aconteceu no Espírito Santo, no dia 25 de novembro de 2022, foi no município de Aracruz, Norte do estado, quando um jovem de 16 anos ex-aluno de uma das escolas, invadiu e fez 4 vítimas e deixou outras 12 pessoas feridas no ataque. O jovem logo que foi detido confessou o crime.
FAMÍLIA E ESCOLA
A colaboração entre família e escola também é imprescindível para evitar que essas situações se agravem, uma vez que adolescentes podem não se sentir confortáveis para contar em casa o que acontece na sala de aula. Mais ainda, monitorar as redes sociais dos filhos e que tipo de conteúdo consomem quando estão online também é uma forma de evitar problemas maiores.
“Uma criança de 13 anos, no início da adolescência, essa não deveria ter acesso a redes sociais sem supervisão”, alerta Cláudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV. “Prestem atenção no que seus filhos estão acessando.”
A investigação policial apontou ainda que o menino publicou mensagens e vídeos exaltando a violência e também o autor do massacre em Suzano (SP), de 2019. A internet, porém, não é a única culpada que merece atenção e vigilância constantes. “Às vezes os pais verbalizam falas fortes de ódio ou cunho racista, ou fazem brincadeiras preconceituosas na frente de crianças sem pensar direito”, diz Claudia.
“Ao saber que seu filho foi vítima de bullying, leve a sério”
Diz Cláudia.