O encontro tem diversos objetivos. Um deles é divulgar e compartilhar a produção de conhecimento sobre as bandas de congo e articular uma rede de contatos com lideranças e representantes do bem. O evento também busca aproximar os congueiros da equipe técnica da secretaria municipal de Cultura e Turismo de Linhares, a fim de ampliar o diálogo para o reconhecimento como Patrimônio Cultural Brasileiro.
Atualmente, o Congo do Espírito do Santo já é registrado a nível estadual pela Secretaria do Estado de Cultura do Espírito Santo, com a inscrição no Livro de Celebrações. Em 2018, o Iphan-ES formalizou tratativas com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para promover pesquisas de mapeamento e identificação das Bandas de Congo.
Após firmar o Termo de Execução Descentralizada com o Instituto, a equipe de pesquisa desenvolveu um dossiê e dois produtos audiovisuais a partir das entrevistas e visitas às comunidades produtoras do bem cultural. A pesquisa identificou 56 comunidades congueiras no estado, distribuídas nos seguintes municípios: Aracruz, Cariacica, Colatina, Fundão, Guarapari, Governador Lindenberg, Ibiraçu, João Neiva, Linhares, Santa Leopoldina, Santa Teresa, São Domingos do Norte, Serra, Viana, Vila Velha, Vitória.
Esse material será apresentado para detentores, gestores culturais, pesquisadores, estudantes e quem mais quiser discutir essa importante expressão capixaba.
O Congo do Espírito Santo
O Congo no Espírito Santo reúne conceitos, atores, objetos, práticas, linguagens e locais em torno da devoção a São Benedito. Outros santos também são homenageados, como Nossa Senhora da Penha, São Sebastião, Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora do Rosário.
Segundo registros tradicionais das comunidades, a reverência ao mastro de São Benedito tem origem na proteção que o santo teria fornecido a pessoas em situação de escravidão durante o naufrágio de um navio tumbeiro na costa do Espírito Santo. O caso teria ocorrido na região de Nova Almeida, em Serra, município da região metropolitana de Vitória.
As festividades costumam se desenrolar do mês de dezembro até o período de Páscoa. Ritos e performances embalados pelas bandas de congo marcam as celebrações. Neste universo rico de símbolos, há mestres, rainhas, dançarinas e congueiros.
Toadas, estandartes, bandeiras, mastros e instrumentos musicais, principalmente a casaca, são elementos constitutivos no Congo do Espírito Santo.
