As incertezas em relação aos rumos da política brasileira provocados pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, os recentes ataques à democracia brasileira, e as análises de discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o período eleitoral e início de seu terceiro mandato, foram o ponto de partida para que a professora, doutoranda em Literatura e Crítica Literária (PUC- SP) e mestre em Educação Ufes, Maria da Penha dos Santos Assunção, iniciasse sua trajetória como escritora.
Com quatro livros publicados pela editora Aksan, Maria da Penha ressalta a importância de escrever sobre temáticas que “ainda são amarras da desigualdade no Brasil”.
Atuando na formação de professores alfabetizadores de estudantes surdos e ouvintes, Maria da Penha, afirma que sua escrita foi motivada pelo momento político vivenciado com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
“Fiquei muito angustiada e preocupada com os rumos do país, considerando que a democracia estava sofrendo ataques e sendo desvalorizada o tempo todo”.
Nesse contexto, ela escreveu sua primeira obra “Hoje tem Bakhtin? Tem sim, senhor?” A narrativa contempla a conversa de crianças com um palhaço sobre democracia, política e o processo eleitoral no Brasil.
Já as demais obras, “As bananas e as laranjas do Lula? Eu nunca esqueci” “Lula, a picanha, os brasileirinhos e os brasileirões” e “A pata, nada! A cadelinha, a resistência e a rampa do planalto” foram escritas no primeiro semestre do terceiro mandato do presidente Lula e têm por objetivo evidenciar a valorização do discurso democrático, a importância de políticas governamentais que contribuam para a equidade dos sujeitos e o debate pertinente ao combate da pobreza e das desigualdades.
“São obras que tratam de forma mais intencional os discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e abarcam discussões relacionadas aos modos de ensino como práticas que fortalecem a democracia, o direito ao suprimento das necessidades vitais das pessoas, os direitos e a autonomia das mulheres e a fundação do Partido dos Trabalhadores (PT)”.
A escritora ressalta que suas obras são voltadas para pessoas interessadas em pensar sobre os rumos da política e da democracia no país.
“Vejo minhas obras como uma contribuição para ampliar os debates políticos acerca da valorização da democracia no Brasil. Para isso, retrato experiências do cotidiano de personagens reais.”
Para Maria da Penha “a literatura abriu e sempre abrirá a porta para este diálogo porque permite ampliar o debate em torno de assuntos do cotidiano e pensar a vida política no país”.
