Diante da baixa cobertura vacinal contra poliomielite no Brasil, o risco da volta da paralisia infantil no Brasil é considerado altíssimo pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que colocou o país em alerta máximo.
Atualmente, a cobertura vacinal está em torno de 60%. Ao todo, 14,3 milhões de crianças devem receber a dose. A meta é atingir, com a vacina contra a poliomielite, pelo menos 95% do público-alvo, formado por crianças menores de 5 anos.
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite começou no dia 8 de agosto e foi encerrada no dia 30 de setembro, depois de ser prorrogada uma vez por causa da baixa adesão.
A orientação da pasta é que crianças de 1 a 4 anos recebam uma dose da vacina oral poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses da vacina inativada poliomielite (VIP) previstas no esquema básico.
Suspeita de Polio
A Secretária de Estado da Saúde do Pará (Sespa), divulgou nesta quarta-feira (5), que investiga um caso suspeito de poliomielite em uma criança de três anos. Segundo informações do documento de Comunicação de Risco emitido pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, uma criança de três anos testou positivo para poliovírus (SABIN LIKE 3), através da metodologia de isolamento viral em fezes.
Apesar do resultado, o documento afirma que “outras hipóteses diagnósticas não foram descartadas, como Síndrome de Guillain Barré, portanto o caso segue em investigação conforme o que é preconizado no Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde”.
O caso suspeito foi relatado em um menino morador do município de Santo Antônio do Tauá, no interior do estado. Os primeiros sintomas, incluindo febre, dores musculares, mialgia e paralisia flácida aguda (PFA) surgiram no dia 21 de agosto. Algumas semanas depois, ele perdeu a força nos membros inferiores, sem conseguir se manter em pé.
A coleta de fezes foi realizada no dia 16 de setembro e encaminhada ao Laboratório de Referência do Instituto Evandro Chagas. O laudo, com o resultado positivo para Sabin Like 3, foi emitido na última terça-feira (4).
No Brasil
O Brasil não detecta casos de poliomielite desde 1990. No ano de 1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a certificação de área livre de circulação do PVS.
Vírus da Poliomielite
Em uma a cada 200 infecções, o vírus da poliomielite destrói partes do sistema nervoso e causa paralisia permanente nas pernas ou braços. Embora seja raro, o vírus pode atacar as partes do cérebro que ajudam a respirar, o que pode levar à morte.
A poliomielite pode causar paralisia irreversível (geralmente das pernas). Essa condição, por sinal, acomete uma em cada 200 infecções. Entre os que adoecem, 5% a 10% morrem por paralisia dos músculos respiratórios.
Vacinação
“Temos vacinas seguras, eficazes e gratuitas que oferecem toda a possibilidade de impedir o ressurgimento dessa doença no Brasil, mas vemos pouca adesão tanto na campanha do governo contra poliomielite como em todas as outras vacinas”, lamenta do presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
A imunização contra a poliomielite é realizada por meio de três doses injetáveis, intercaladas aos dois, quatro e seis meses de idade, além de mais duas doses complementares por gotas até os cinco anos.
A doença não tem um tratamento específico e pode levar a paralisia irreversível de membros, além de matar.