O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (11) que o relatório do deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) sobre o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado enfraquece a atuação da Receita Federal e da PF (Polícia Federal) e pode, na prática, fortalecer o crime organizado.
O texto apresentado por Derrite prevê que a Polícia Federal participe, “em caráter cooperativo”, de investigações conduzidas pelas polícias estaduais contra organizações criminosas, milícias ou grupos paramilitares, sempre que os fatos envolverem matérias de sua competência constitucional ou legal.
Haddad argumenta que operações da Receita Federal, como a Operação Cadeia de Carbono, que combate fraudes na importação de combustíveis e já apreendeu dois navios no Rio de Janeiro, poderiam ficar inviabilizadas com as mudanças propostas.
“Toda a operação contra a máfia de combustíveis no RJ ficaria comprometida se o relatório do Derrite for aprovado. Não é possível que dois anos de trabalho contra o crime organizado será colocado em risco”, disse.
O ministro ainda afirmou que, na avaliação dele, o relatório “fortalece o próprio crime organizado”.
Haddad também argumenta que o deputado não dialogou com o governo nem com a Receita Federal durante a elaboração do relatório.
“Vou fazer chegar aos deputados o que está acontecendo com esse relatório, esse relatório é muito grave. Estão abrindo o caminho para a consolidação do crime organizado no país”, concluiu o ministro.


















