política

Tentaram dar um golpe para não deixar que a gente assumisse a Presidência, diz Lula

29 nov 2024 - 08:52

Redação Em Dia ES

Com CNN Brasil

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Declaração do presidente foi a primeira após retirada do sigilo do relatório da PF sobre tentativa de golpe
Definido pelo codinome “Jeca”, Lula seria morto por envenenamento. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (28), que houve uma tentativa de golpe de Estado para que seu grupo político não assumisse a Presidência após a vitória na eleição de 2022.

A fala foi a primeira após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar o sigilo do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe e o enviar para a Procuradoria-Geral da República (PGR) na última terça-feira (26).

“Vocês sabem o que está acontecendo na política mundial e na política brasileira. Vocês sabem a quantidade de mentiras, a quantidade de ódio. Vocês sabem a tentativa de golpe que está ficando verdadeiro e ninguém pode desmentir”, disse Lula durante o lançamento do programa Periferia Viva, no Palácio do Planalto, em Brasília.

“Porque, na verdade, eles tentaram dar um golpe para não deixar que a gente assumisse a Presidência da República. É isso que eles tentaram fazer” – Luiz Inácio Lula da Silva

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal (PF) por suspeita de participação na tentativa de golpe.

Segundo a PF, Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” nos atos da organização criminosa que planejou a tomada de poder. O golpe não foi consumado por “circunstâncias alheias” à vontade do ex-presidente.

Leia também: Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio de plano para golpe, afirma PF

Dentro do plano intitulado “Punhal Verde e Amarelo“, apreendido com o general Mario Fernandes, número 2 da Secretaria-Geral da Presidência na gestão Bolsonaro, ainda estava prevista a morte de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e de Moraes.

Os assassinatos eram previstos para 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da chapa presidencial.

Definido pelo codinome “Jeca”, Lula seria morto por envenenamento, com o uso de químicos ou de remédios, que causariam um “colapso orgânico”. Isso ocasionaria a falha dos órgãos e do sistema nervoso do presidente, por exemplo.

No documento, é destacada a vulnerabilidade de saúde de Lula e sua ida frequente a hospitais.

A morte do presidente — chamada de “neutralização” — iria abalar toda a chapa vencedora, segundo a organização criminosa. No texto, é apontada que a morte de Lula “extinguiria toda a chapa vencedora”.

Por sua vez, não é mencionada como seria realizada a morte do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que recebe o codinome de “Joca” — ele também seria assassinado, de acordo com o plano.

“Como, além do presidente, a chapa vencedora é composta, obviamente, pelo vice-presidente, é somente na hipótese de eliminação de Geraldo Alckmin que a chapa vencedora estaria extinta”, disse a PF no relatório.

Bolsonaro nega tentativa de golpe
Na segunda-feira (25), Bolsonaro disse que estudou todas as medidas possíveis dentro das “quatro linhas” da Constituição e que nunca houve, da sua parte, discussão para um golpe de Estado.

“Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. É um absurdo o que estão falando. Da minha parte, nunca houve discussão de golpe”, afirmou Bolsonaro.

“Se alguém viesse discutir golpe comigo, ia falar: ‘Tudo bem, e o after day? E o dia seguinte, como fica o mundo perante a nós?’ Todas as medidas possíveis, dentro das quatro linhas, dentro da Constituição, eu estudei”, prosseguiu.

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Atualizado: 29/11/2024 09:26

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