Saúde

Laudos da Fiocruz confirmam fungo como provável causa de Surto no hospital Santa Rita

04 nov 2025 - 10:10

Redação Em Dia ES - por Julieverson Figueredo

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Oito novos exames confirmaram a infecção por histoplasmose, que pode estar ligada a fezes de aves. Investigação deve ser concluída na sexta-feira (7), e a vigilância faz vistoria hoje para liberar as alas interditadas
Laudos da Fiocruz confirmam fungo como provável causa de Surto no hospital Santa Rita. Foto: Divulgação/SESA

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) anunciou, na manhã desta terça-feira (4), que a investigação sobre o surto no Hospital Santa Rita caminha para uma conclusão, apontando a histoplasmose como causa provável. A infecção, provocada por um fungo ambiental, foi identificada após a chegada de oito novos laudos laboratoriais da Fiocruz na noite de segunda-feira (3), que confirmaram a presença da doença em amostras de sangue dos investigados. Segundo o secretário da Saúde, o caso deve ser encerrado na próxima sexta-feira (7), e as alas interditadas do hospital podem ser reabertas em breve, após uma vistoria técnica.

Em um comunicado oficial, a Sesa informou que, com base nas análises técnicas, “tudo leva a crer que o surto registrado no Hospital Santa Rita foi causado por histoplasmose”. A pasta destacou que o caso está sendo encaminhado para o encerramento “após semanas de intenso trabalho e investigação”.

A causa da infecção
O secretário da Saúde, Tyago Hoffmann, detalhou, em vídeo gravado às 8h30 desta terça-feira, que a investigação está sendo conduzida em parceria pelo Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen) e pela Fiocruz, que realiza um teste não disponível no estado.

“Esses oito laudos que nós recebemos da Fiocruz ontem à noite confirmam a presença da doença histoplasmose nas amostras sanguíneas das pessoas que foram testadas”, declarou o secretário. Hoffmann explicou a origem provável da infecção: “A nossa investigação caminha para uma conclusão de que o surto do Hospital Santa Rita está sendo causado por um fungo chamado histoplasmose, que é um fungo comum em fezes de animais, em especial aves, que podem estar na região.”

Situação dos casos e desmentido
Conforme o boletim epidemiológico divulgado na segunda-feira (3) , o surto de etiologia até então desconhecida contabilizava um total de 96 casos suspeitos . Desses, 90 estavam em acompanhamento e 06 permaneciam internados , sendo 02 em UTI e 04 em enfermaria .

A maioria dos casos suspeitos notificados (79) era de trabalhadores do Hospital Santa Rita . Havia também 12 acompanhantes e 05 pacientes sob investigação.

No vídeo desta terça-feira, o secretário afirmou que a investigação continua para “identificarmos quantas pessoas de fato foram atingidas por esse surto” entre os mais de 90 casos suspeitos, e verificar se outros casos podem ter tido “algum outro tipo de problema”.

Hoffmann também aproveitou a oportunidade para negar informações que circulam em redes sociais: “Aproveito esta oportunidade para desmentir um áudio que está circulando de uma suposta médica do Santa Rita afirmando que temos 30 novos casos graves. […] Esse áudio é um áudio fake e o caminho da informação correta são as nossas redes sociais e o site da Secretaria de Estado da Saúde.”

Próximos passos e reabertura
A investigação continuará recebendo novos laudos da Fiocruz e do Lacen até a próxima sexta-feira, quando está prevista uma coletiva de imprensa para “fazer um balanço e já provavelmente encerrando essa investigação”.

O secretário informou ainda que esteve no hospital na segunda-feira (3), visitando as alas que foram fechadas. Ele relatou que uma “completa desinfecção” está sendo realizada nessas áreas, onde o uso de máscara ainda é recomendado.

“Nossa equipe da vigilância vai fazer uma vistoria técnica hoje e constatando que está tudo ok, que a desinfecção foi feita, que todas as normas sanitárias estão atendidas, nós, em breve, pretendemos reabrir a ala e o centro cirúrgico”, afirmou. O centro cirúrgico impactado possui sete salas, e o objetivo é retomar a normalidade, “principalmente das cirurgias oncológicas”.

Em publicação, Hoffmann reforçou o posicionamento da pasta durante a crise: “Desde o primeiro momento, conduzimos essa situação com total transparência, ética e responsabilidade, prestando contas à sociedade e garantindo que todas as decisões fossem tomadas com base na ciência e na informação correta.”

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Atualizado: 04/11/2025 10:13

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