Espírito Santo realizou 317 transplantes de órgãos e tecidos no primeiro semestre de 2025, sendo cinco de coração, 28 de fígado, 41 de rim, 221 de córnea e 22 de medula óssea. O resultado acompanha o avanço nacional, que atingiu a marca recorde de 14,9 mil transplantes no período, um crescimento de 21% em relação a 2022. Apesar do bom desempenho, o Ministério da Saúde alerta que o número poderia ser ainda maior, já que 45% das famílias brasileiras ainda recusam a doação. Para enfrentar esse desafio, a pasta acaba de lançar um programa inédito para qualificar o diálogo com familiares e fortalecer o acompanhamento das doações nos hospitais.
O Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Prodot) busca reconhecer e valorizar as equipes que atuam dentro dos hospitais, responsáveis pela identificação de potenciais doadores, logística do processo e a conversa com os familiares. Um momento delicado, de dor, dúvidas e, muitas vezes, falta de informação, mas decisivo para salvar outras vidas. Pela primeira vez, esses profissionais terão incentivos financeiros conforme o volume do atendimento e indicadores de desempenho, incluindo o aumento das doações.
A iniciativa integra um conjunto de medidas que somam investimento de R$ 20 milhões por ano para fortalecer o Sistema Nacional de Transplantes. A maior parte, R$ 13 milhões para a inclusão de novos procedimentos, como transplantes de membrana amniótica, para casos graves de queimadura, e o transplante multivisceral, para falência intestinal. Os outros R$ 7,4 milhões são para o Prodot, cujo objetivo é aumentar o percentual de doação das famílias no país.
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“A principal mensagem que queremos passar às famílias é a segurança e a seriedade do Sistema Nacional de Transplantes, reconhecido mundialmente. Quando um profissional de saúde aborda uma família, ele carrega esse reconhecimento e atua dentro de um sistema sólido e seguro. Ao mesmo tempo, reforçamos a importância de o doador manifestar à família o desejo de doar. Esse gesto, mesmo em um momento de dor, pode salvar a vida de três ou quatro pessoas e manter viva a memória do ente querido. Por isso, estamos investindo também na formação e orientação dos profissionais, para que saibam acolher e apoiar as famílias nesse processo tão delicado.”, ressaltou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Campanha
Atualmente, mais de 80 mil pessoas aguardam por um transplante no Brasil, sendo 2,7 mil no Espirito Santo, o que reforça a importância de valorizar quem atua diretamente na sensibilização das famílias. A campanha de incentivo a doação de órgãos deste ano do Ministério da Saúde, que já está no ar, reforça a importância de todos informarem a sua família sobre a decisão de doar órgãos.
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São as famílias que decidem pela doação ainda no hospital. Com o mote, “Doação de Órgãos. Você diz sim, o Brasil inteiro agradece. Converse com a sua família, seja um doador”, apresenta um caso real de uma mãe que disse sim à doação de órgãos do seu filho. E a história de profissionais da saúde que atuam desde o acolhimento das famílias até o transplante do órgão.
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