O custo da cesta básica em Vitória registrou alta de 0,21% em setembro de 2025, passando a custar R$ 745,01. O levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que o trabalhador capixaba remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.518,00 precisou dedicar 107 horas e 58 minutos de trabalho para adquirir os produtos básicos.
O resultado contraria a tendência nacional, já que o valor da cesta diminuiu em 22 das 27 capitais pesquisadas no mesmo período.
De acordo com a pesquisa, divulgada em 8 de outubro de 2025, o comprometimento da renda líquida do trabalhador de Vitória, considerando o desconto de 7,5% da Previdência Social, foi de 53,06% para a compra dos alimentos essenciais. O tempo de trabalho necessário em setembro foi superior ao de agosto, que era de 107 horas e 45 minutos, mas inferior às 108 horas e 16 minutos exigidas em setembro de 2024.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o custo da cesta na capital acumula elevação de 7,22%. No acumulado do ano, entre dezembro de 2024 e setembro de 2025, houve uma pequena queda de 0,32%.
Vilões e mocinhos do mês
A alta no custo da cesta básica foi impulsionada principalmente pelo aumento no preço de cinco produtos em setembro. As maiores elevações ocorreram na banana (9,71%), no óleo de soja (6,15%) e na carne bovina de primeira (4,57%). Arroz agulhinha (1,29%) e pão francês (0,41%) também ficaram mais caros.
Por outro lado, oito itens apresentaram redução de preço, o que evitou uma alta maior do conjunto. As quedas mais expressivas foram registradas no tomate (-17,04%) e na batata (-8,42%). Também tiveram redução o açúcar cristal (-3,05%), o feijão preto (-2,87%), a manteiga (-2,42%), o leite integral (-2,18%), o café em pó (-0,73%) e a farinha de trigo (-0,45%).
Panorama nacional
Enquanto Vitória registrou alta, a maioria das capitais brasileiras teve redução no custo dos alimentos básicos. As maiores quedas ocorreram em Fortaleza (-6,31%) e Palmas (-5,91%). A cesta mais cara do país em setembro foi a de São Paulo, com custo de R$ 842,26, seguida por Porto Alegre (R$ 811,44) e Florianópolis (R$ 811,07). No outro extremo, Aracaju registrou o menor valor, de R$ 552,65.
Com base na cesta de São Paulo, o Dieese calculou que o salário mínimo necessário para suprir as despesas de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.075,83 em setembro de 2025, o equivalente a 4,66 vezes o piso nacional vigente de R$ 1.518,00.
Variação em 12 meses
A análise entre setembro de 2024 e setembro de 2025 mostra aumento expressivo em itens importantes da mesa do consumidor. O café em pó liderou as altas, com 69,79% de aumento, seguido pelo tomate (42,37%), óleo de soja (23,73%) e carne bovina de primeira (18,22%).
No mesmo período, alguns produtos registraram queda significativa, aliviando o orçamento. O feijão preto teve redução de 40,80%, seguido pela batata (-39,94%) e pelo arroz agulhinha (-30,57%).