O comércio do Espírito Santo deve registrar um faturamento histórico de R$ 201,6 milhões com as vendas para o Dia das Crianças de 2025, o maior volume desde o início da série histórica, em 2008. A projeção, que aponta um crescimento de 0,9% em comparação com o ano anterior, é resultado de uma combinação de fatores econômicos favoráveis que aumentaram a confiança das famílias para consumir. As análises são do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), com informações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Setores em destaque
De acordo com o levantamento, o principal motor das vendas será o setor de vestuário e calçados, que deve movimentar R$ 65,81 milhões, o que corresponde a 32,6% do consumo total previsto para a data. Em seguida, aparecem os segmentos de utilidades domésticas e eletroeletrônicos, com uma projeção de R$ 47,2 milhões (23,4%), e o de farmácias e perfumarias, com R$ 42,17 milhões (20,9%).
A lista de setores com maior movimentação se completa com móveis e eletrodomésticos, que devem faturar R$ 20,82 milhões (10,3%), e hipermercados e supermercados, com R$ 13,130 milhões (6,6%).
Cenário econômico favorável
O otimismo do varejo capixaba se baseia em uma conjuntura econômica positiva. Segundo André Spalenza, coordenador do eixo Observa do Connect Fecomércio-ES, diversos indicadores sustentam a expectativa de recorde nas vendas.
“A queda da inadimplência, que chegou a 33,3% em agosto, somada à alta na Intenção de Consumo das Famílias, que atingiu 104,5 pontos em setembro, além do aquecimento do mercado de trabalho, mostram que as famílias estão mais confiantes e dispostas a consumir”, avaliou Spalenza.
Outro fator que contribui para o cenário é o comportamento da inflação. Embora o índice geral tenha sido de 0,23% em agosto, grupos de grande peso no orçamento familiar registraram deflação, como alimentação e bebidas (-1,14%) e transporte (-0,32%).
Preços dos presentes
A pesquisa aponta que a chamada “Cesta do Dia das Crianças”, que inclui itens como roupas, calçados e brinquedos, teve uma queda de 0,76% no último mês, tornando os preços na Grande Vitória mais acessíveis em comparação com a média nacional.
A preferência por presentes como roupas, calçados e brinquedos também é explicada pelos reajustes moderados de preços acumulados nos últimos 12 meses. As roupas infantis subiram 4,86%, os calçados registraram alta de 3,28%, e os brinquedos tiveram um aumento de apenas 0,12%.
“Esse comportamento de preços favorece escolhas acessíveis para os pais, enquanto passeios, como idas a cinema, teatro e a hotéis, e alimentação fora de casa ainda representam desafios para o orçamento familiar, com alta na inflação”, explicou Spalenza.