Cid Moreira, jornalista, locutor e apresentador que se tornou um dos rostos mais conhecidos da televisão brasileira, morreu nesta quinta-feira (3), aos 97 anos. Ele estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, onde tratava de complicações decorrentes de uma pneumonia nas últimas semanas.
A morte de Moreira encerra uma carreira de mais de sete décadas dedicadas ao jornalismo, ao rádio e à televisão, sendo marcado como a voz do Jornal Nacional, da TV Globo, durante mais de duas décadas. De acordo com o portal Memória Globo, Moreira apresentou o telejornal por cerca de 8 mil vezes, consolidando sua imagem como uma referência de credibilidade e seriedade no noticiário brasileiro.
Trajetória no rádio e televisão
Nascido em Taubaté, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, em 1927, Cid Moreira completou 97 anos no último domingo (29). Ele começou sua carreira no rádio, em 1944, quando um amigo o incentivou a fazer um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté. A partir daquele momento, sua voz grave e marcante passou a ser reconhecida em narrativas de comerciais.
Nos anos seguintes, Moreira passou por várias emissoras de rádio, como a Rádio Bandeirantes, em São Paulo, e a Rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro. Foi nesta última que, entre 1951 e 1956, ele começou a fazer suas primeiras incursões na televisão, participando de programas como “Além da Imaginação” e “Noite de Gala”, ambos na TV Rio.
Consagração no telejornalismo
Sua estreia como locutor de noticiários ocorreu em 1963, no Jornal de Vanguarda, na TV Rio. Esse foi o marco de sua entrada definitiva no jornalismo televisivo, consolidando-se como um dos principais nomes do setor nas décadas seguintes. Cid Moreira trabalhou no Jornal de Vanguarda em várias emissoras, incluindo a TV Tupi, Excelsior, Continental e, principalmente, a Globo, onde conquistou seu espaço definitivo.
A partir de 1969, com a criação do Jornal Nacional, Cid Moreira assumiu a bancada e, por mais de 20 anos, sua voz tornou-se sinônimo de notícia para milhões de brasileiros. O tom inconfundível com que abria o noticiário tornou-se uma marca registrada do telejornalismo no Brasil, influenciando gerações de jornalistas e apresentadores que viriam a seguir.
Legado na comunicação
Mesmo após sua saída do Jornal Nacional em 1996, Cid Moreira continuou ativo, seja em narrativas de áudio para produções religiosas, seja em aparições esporádicas na televisão, sempre reforçando sua ligação com a comunicação.
Ao longo de sua extensa trajetória, Cid Moreira consolidou-se não apenas como um dos principais comunicadores do Brasil, mas também como uma referência para o jornalismo e para a televisão brasileira. Sua morte representa o fim de uma era no jornalismo, marcada por sua presença imponente e voz inigualável.
Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento do jornalista.