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Cantor Leonardo é incluído na ‘lista suja’ de trabalho escravo pelo Ministério do Trabalho

07 out 2024 - 14:45

Redação Em Dia ES

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Sertanejo aparece na relação que aponta empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão, após fiscalização em sua propriedade em Goiás
Cantor Leonardo aparece em ‘lista suja’ do trabalho escravo. Foto: Reprodução/MTE/Grupo Especial de Fiscalização Móvel | Divulgação

O cantor Leonardo, nome artístico de Emival Eterno da Costa, foi incluído na atualização mais recente da “Lista Suja” do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgada nesta segunda-feira, 7 de outubro. A lista identifica empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão, totalizando 727 nomes, com 176 novos incluídos nesta atualização.

A Fazenda Talismã, propriedade do artista localizada no município de Jussara, em Goiás, a cerca de 220 quilômetros da capital, Goiânia, registrou a presença de seis trabalhadores em condições consideradas degradantes. Entre os trabalhadores encontrados na fazenda, havia um adolescente de 17 anos. O MTE classifica essas condições como “escravidão contemporânea”, após uma fiscalização realizada em novembro de 2023.

O relatório do MTE descreve que os seis funcionários pernoitavam em uma casa abandonada, sem acesso a água potável e sem instalações sanitárias adequadas. As camas eram improvisadas com tábuas de madeira e galões de agrotóxicos, e as condições de higiene eram precárias, com a presença de insetos e morcegos, além de um “odor forte e fétido”.

A inclusão do nome do cantor na lista suja é uma consequência direta de um processo administrativo que investiga a prática de trabalho escravo. O MTE esclarece que essa inclusão ocorre apenas após a conclusão do processo que julga as infrações, resultando em uma decisão administrativa irrecorrível de procedência.

A lista é atualizada a cada seis meses, e nesta edição também foram excluídos 85 empregadores que completaram dois anos desde a inclusão anterior sem novas infrações. Entre as atividades com maior número de inclusões estão a produção de carvão vegetal, com 22 empregadores, a criação de bovinos (17), a extração de minerais (14) e o cultivo de café e a construção civil (11).

A assessoria de imprensa de Leonardo afirmou que a situação ocorreu em uma área arrendada de sua propriedade, onde estava sendo produzido soja. “Essas terras estavam arrendadas para um produtor de soja. Tudo foi julgado. Leonardo, inclusive, pagou uma multa”, informou um representante do cantor ao jornal O GLOBO. A assessoria também ressaltou que os trabalhadores foram indenizados.

O cantor Leonardo deve entrar com uma ação para contestar a inclusão de seu nome na lista. A equipe do artista enfatizou que ele “não faria nada errado” e que a inclusão parece ser resultado de um “lapso na memória dos advogados”.

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Atualizado: 07/10/2024 17:01

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