A rua estava cheia de crianças brincando no momento em que o crime aconteceu, mas ninguém mais se feriu
Um adolescente de 16 anos foi morto a tiros na noite deste sábado (29), no bairro Aribiri, em Vila Velha. A rua estava cheia de crianças brincando no momento em que o crime aconteceu, mas ninguém mais se feriu. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O jovem foi identificado como Rayan Souza Costa. Segundo testemunhas, ele foi assassinado com cinco tiros na rua Saldanha da Gama. No muro de uma das casas, a perícia encontrou marcas de tiros e no chão cápsulas de pistola 380.
Moradores contaram que a vítima seguia de bicicleta com um amigo na garupa, um adolescente de 14 anos, quando foram surpreendidos por um carro prata com três homens armados. O colega conseguiu fugir, mas Rayan não teve a mesma sorte e acabou morto.
“A informação que eu soube era de que ele tava indo comprar um lanche e aí passaram uns caras de carro por ele e dispararam. Eu me pergunto porquê mataram meu filho”, disse o pai de Rayan, que preferiu não se identificar.
Os atiradores abandonaram o carro na rua Jacarandá, no mesmo bairro. Ela é sem saída. Em seguida, fugiram e ainda não foram localizados. Moradores contaram que na hora do crime várias crianças brincavam na rua.
“O carro veio em disparada na rua sem saída, abandonaram e saíram. Foi uma gritaria, a rua tava lotada. Na hora, todos os pais correram pra rua para pegar seus filhos. A gente é acostumado a deixar as crianças brincando porque sempre foi tranquilo, agora já estamos com medo”, contou uma moradora.
Segundo a família de Rayan, ele frequentava a escola e estava terminando o ensino médio. O adolescente iria começar um estágio neste mês de março.
A mãe dele, uma auxiliar de cozinha de 47 anos, contou que o filho era usuário de drogas, mas que não era envolvido com o tráfico.
“Ele me falou que ia sair com um amigo. Depois de um tempo eu fiquei ligando pra ele, e ele o tempo todo me falava que já estava voltando para casa. Mas não voltou. Fui fazer supermercado e quando eu tava saindo recebi a notícia de quem tinham matado o meu filho. Ele é meu único filho. Sempre achei que ele fosse chorar pela minha morte, mas eu hoje que choro pela dele”, contou.
A mãe também falou que não imagina a motivação do crime. “Eu acho que ele foi morto porque estava ao lado de uma pessoa que era o alvo do crime. Ele não se queixava de nada comigo, não falava que estava ameaçado, não devia nada a ninguém, mas ele saiu com uma pessoa que estava sendo ameaçada. Meu filho não era traficante, era apenas usuário”, disse.