política

Moro diz que não será candidato à Presidência, mas que pode ser ‘cogitado’ ao STF

13 nov 2018 - 09:38

Redação Em Dia ES

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Em 2016, o juiz federal da Lava Jato disse que ‘jamais’ entraria para a política
Futuro ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro disse neste domingo, 11, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, que não será candidato à Presidência da República.

O nome do juiz tem sido aventado como um possível sucessor de Jair Bolsonaro na Presidência da República. O dono do SBT, Silvio Santos, disse ontem, após falar ao vivo com Bolsonaro durante um programa, que o País terá oito anos de Bolsonaro, depois oito anos de Moro como presidente.

Questionado pela repórter se ele poderia ser candidato no futuro, o magistrado negou. “Não, eu estou te falando que não vou ser. Eu não sou um político que… minto. Desculpe. Com todo respeito aos políticos. Mas assim, bons e maus políticos. Mas existem maus políticos que, às vezes, faltam com a verdade. Eu não estou faltando com a verdade”, disse.

Em 2016, Moro afirmou, em entrevista ao Jornal O Estado de São Paulo , que “jamais” entraria para a política e tem sido criticado pelo fato de deixar a magistratura para assumir a Pasta. O CNJ pediu explicações ao futuro ministro a respeito de sua indicação para o governo.

O juiz federal, durante a entrevista, voltou a dizer que não vê sua indicação para ministro como sendo política, mas sim, como técnica. Sobre a perspectiva de ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal, o futuro ministro disse que seu nome poderá “ser cogitado” quando surgir uma vaga.

“Às vezes é até um pouco indelicado ficar falando em vaga, em Supremo, quando não existem vagas. É uma perspectiva, uma possibilidade que se coloca no futuro. Quando surgir uma vaga, meu nome pode ser cogitado, como o nome de várias pessoas”, afirmou.

Nos quatro anos de mandato de Bolsonaro, o presidente poderá indicar dois nomes para a Corte. Os ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello vão devem se aposentador nos próximos anos.

Lula. O juiz negou que haja conflito de interesse entre a atividade que exercerá e a de juiz na Operação Lava Jato, que investiga crimes de corrupção contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista foi impedido de disputar o pleito por causa da condenação no caso do triplex do Guarujá (SP), sentenciada em primeira instância por Moro. “A questão de Lula não pertence mais a mim, mas às cortes de Justiça”, afirmou.

“Proferi a decisão referente ao ex-presidente Lula em meados de 2017, nem conhecia o presidente eleito Jair Bolsonaro. Estou indo para consolidar os avanços da Lava Jato em Brasília. Em parte, nas eleições, havia um sentimento muito forte contra o sistema político, que apesar de todos os casos de corrupção, nada fez. O presidente eleito foi identificado como alguém que modificaria esse status quo”, afirmou.

Corrupção. Na entrevista, Moro defendeu ainda o afastamento de ministros investigados por corrupção se as denúncias forem consistentes. “Tem que ser avaliado. Acho que é uma falácia que se ouviu no passado que é preciso esperar o trânsito em julgado. Defendo que em caso de corrupção se analise as provas e faça um juízo de consistência”, argumentou Moro, em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo.

Segundo disse, o futuro ministro poderá auxiliar o presidente eleito a tomar uma decisão de afastamento de um ministro acusado de corrupção, se necessário.

“Eu não assumiria o papel de ministro da Justiça com o risco de comprometer a minha biografia, o meu histórico. Isso foi objeto de discussão e a afirmação do presidente eleito é que ninguém seria protegido se surgissem casos de corrupção”, afirmou o juiz.
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Atualizado: 13/11/2018 09:38

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