Neurologista explica como distinguir as cefaleias
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), dores de cabeça serão sentidas, em algum momento, por quase todas as pessoas, sendo que metade dos adultos no mundo já teve pelo menos uma das três variações mais comuns de cefaleia¹.
Porém, de acordo com a neurologista Dra. Evelyn Esteves Dias, membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), ter dores de cabeça constantes não é normal. “Se não identificadas as causas e tratadas corretamente, o problema pode se tornar crônico e assim, permanecer uma patologia incapacitante e responsável por incômodos persistentes”, diz a médica.
Ainda segundo a neurologista, é importante reforçar que nem todas as dores de cabeça são iguais e nem têm as mesmas causas: “Existem mais de 150 tipos de cefaleia e identificar seus sintomas podem ajudar o médico a determinar a causa e o tratamento adequado”. Para auxiliar na identificação e diferenciação, a especialista elenca as mais frequentes¹:
Cefaleia tensional
“Presença de dor bilateral, ou seja, nos dois lados da cabeça. As partes frontal e posterior também podem ser afetadas. Esta dor, que costuma começar branda e piorar ao decorrer do dia ou com a realização de esforços, traz uma sensação de aperto na cabeça. Pode durar de 30 minutos a 7 dias e é mais comum nas mulheres que nos homens”, explica a Dra. Evelyn.
Cefaleia em salvas
É um tipo menos comum, de acordo com a neurologista. “Caracterizada por uma dor muito forte, que já inicia intensa, e unilateral, apenas de um lado da cabeça. Pode durar de 15 minutos até 3 horas e a maioria dos casos ocorre durante a madrugada, fazendo com que o paciente acorde. Outro critério para que seja considerada cefaleia em salvas é a sensação de olho lacrimejando e coriza, ambas no mesmo lado da dor. Curiosamente, por ser uma dor bastante forte, pode confundir muitos pacientes, que pensam sofrer um AVC. Por isso, é normal o paciente procurar um neurologista após já ter passado por atendimento em pronto-socorro”, completa.
Enxaqueca
A Dra. Evelyn explica que, diferente da cefaleia tensional, a enxaqueca é caracterizada por uma dor pulsátil, de forte intensidade e afeta 11% dos adultos em todo o mundo². No Brasil, a prevalência anual é de cerca 15%, acometendo por volta de 22% das mulheres e 9% dos homens³. “As dores podem ser unilaterais e bilaterais. Além disso, estão comumente acompanhadas de náuseas e vômitos, intolerância à luz ou ao som. É uma patologia mais recorrente em mulheres, devido às questões hormonais, e costuma durar entre quatro a 72 horas”, diz a neurologista.
Quando a frequência de episódios é baixa, mudanças no estilo de vida e autocuidado podem auxiliar na promoção da saúde. Porém, a Dra. Evelyn recomenda que, caso o indivíduo sinta entre duas a três crises de dor de cabeça por semana, procure um neurologista ou clínico geral para um diagnóstico mais preciso e tratamento adequado. Ela indica que os pacientes tenham um “diário da dor de cabeça”, para que tomem nota de todos os sintomas e assim, junto ao seu médico, identifiquem não apenas o tipo, mas os gatilhos que provocam a cefaleia.
Ansiedade, estresse, esgotamento cerebral e cobranças excessivas podem ser alguns dos principais desencadeadores da cefaleia no futuro, de acordo com a pesquisa “O futuro da dor de cabeça”², encomendada por Neosaldina®, marca especialista em dor de cabeça, e conduzida pela WGSN em abril de 2018. A Dra. Evelyn ressalta que, no consultório, essas tendências já são notadas.
“O estresse diário, crises econômicas, medo de perder o emprego e falta de sono são bastante relatados pelos pacientes no consultório. Para isso, indicamos tratamentos psicológicos e medicamentos que cuidem da raiz do problema”, finaliza.