O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou a continuidade do envio de energia elétrica gerada pela usina termelétrica a gás de Linhares, no Norte do Espírito Santo, como parte de um conjunto de ações preventivas para assegurar o fornecimento de eletricidade em todo o Brasil.
A medida foi tomada durante a 295ª reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada nesta semana pelo Ministério de Minas e Energia, em resposta a um cenário climático de estiagem e aumento da demanda por energia.
Com o fenômeno La Niña influenciando as condições climáticas para os meses de setembro, outubro e novembro, as previsões indicam chuvas abaixo da média e temperaturas mais altas do que o habitual em todo o país, o que pode comprometer o abastecimento de energia.
A escassez de chuvas afeta particularmente as regiões Norte e Nordeste, onde a seca se intensifica, e gera preocupações sobre a capacidade das fontes de energia renováveis, como a eólica, de atender à demanda nacional.
Diante desse contexto, o ONS determinou a continuidade do despacho da eletricidade gerada pela usina de Linhares, bem como pela termelétrica de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para garantir o suprimento energético nos meses de maior demanda, especialmente em novembro.
O envio flexível dessas usinas, juntamente com a de Porto Sergipe, tem como objetivo reduzir o custo total da operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), com a autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Além das ações relacionadas às usinas termelétricas, o ONS também decidiu articular a operação excepcional da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, para garantir o fluxo de água necessário à geração de energia, e planeja colocar em funcionamento novas linhas de transmissão, como a Porto Sergipe – Olindina – Sapeaçu, para assegurar o escoamento da potência energética durante o período de seca.
No âmbito das eleições municipais, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico discutiu medidas de segurança para garantir o fornecimento de energia durante o pleito. O ONS e a Aneel também debateram ações contra o desligamento de subestações provocado por queimadas, com foco em aumentar a confiabilidade do sistema elétrico brasileiro.
Apesar do cenário desafiador, o ONS reportou que o nível de armazenamento de água nos reservatórios do Sistema Interligado Nacional se mantém em 58%, e estima-se que, ao final do período seco, essa reserva fique entre 42% e 39%.
Além disso, a expansão da capacidade de geração e transmissão de energia no Brasil avançou em agosto de 2024, com um acréscimo de 571 megawatts (MW) na capacidade instalada e 2.409,4 quilômetros de novas linhas de transmissão.
As ações preventivas, especialmente a utilização de termelétricas como a de Linhares, são vistas como fundamentais para enfrentar os desafios climáticos e a alta demanda de energia que o país deverá enfrentar nos próximos meses.
