Segundo dados divulgados pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), conduzida pela Fecomércio-ES com base em informações fornecidas pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o estado do Espírito Santo testemunhou uma redução pelo quinto mês seguido no percentual de famílias inadimplentes. De acordo com o levantamento, o índice caiu de 38,2% para 36,7% na transição de janeiro para fevereiro de 2024, marcando o menor patamar dos últimos 13 meses.
O nível de endividamento das famílias capixabas durante esse período foi de 90,3%, enquanto 21,5% delas afirmam não possuir condições de quitar suas dívidas em atraso no próximo mês. Analistas da Equipe Connect Fecomércio-ES destacam que essa redução na inadimplência não apenas reflete uma melhoria na qualidade do endividamento, mas também indica uma melhor capacidade de pagamento das obrigações financeiras por parte das famílias locais.
Essa tendência de queda na inadimplência vem sendo impulsionada por uma série de fatores, incluindo o impacto positivo do pagamento do décimo terceiro salário, juntamente com feirões de negociações de dívidas e a diminuição nas taxas de juros.
Adicionalmente, o desempenho favorável do mercado de trabalho, tanto formal quanto informal, contribuiu significativamente para esse cenário, com o Espírito Santo encerrando 2023 com uma taxa de desemprego de 5,7%, abaixo da média nacional.
“Esse índice está abaixo da média nacional, de 7,8%, tornando o Espírito Santo o detentor da menor taxa de desemprego na região Sudeste e da sétima menor entre as 27 unidades da federação. É importante destacar também a representatividade do comércio de bens e serviços como os setores que mais empregam no Estado”, afirma Ana Carolina Júlio, pesquisadora responsável pelo Eixo Observa do Connect Fecomércio-ES.
Desenrola Brasil é prorrogado
Brasileiros que se encontram em situação de inadimplência receberam uma extensão do prazo para aderir ao Programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas Inadimplentes, conhecido como Desenrola Brasil.
A medida provisória publicada pelo governo federal amplia a duração do programa, que já beneficiou cerca de 14 milhões de pessoas, permitindo a negociação de aproximadamente R$ 50 bilhões em dívidas.
A prorrogação abrange especificamente a Faixa 1 do programa, destinada a cidadãos com renda mensal igual ou inferior a dois salários mínimos, bem como os inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, com dívidas de até R$ 20 mil. A adesão ao Desenrola Brasil pode ser realizada por meio da plataforma do programa, disponível no site www.gov.br.
Essa é a segunda prorrogação do programa, motivada pelo aumento da procura após a unificação do Desenrola com os aplicativos de bancos e da Caixa Econômica Federal. Além disso, desde o início de março, os débitos do Desenrola também podem ser negociados nas agências dos Correios.
Com descontos médios de 83%, podendo chegar a mais de 96% em alguns casos, e a possibilidade de pagamento parcelado em até 60 meses, o Desenrola Brasil tem sido uma ferramenta importante para milhões de brasileiros endividados.
O MegaFeirão Serasa e Desenrola, realizado exclusivamente online, foi estendido até o dia 20 de maio, acompanhando a prorrogação do programa governamental, oferecendo assim mais oportunidades para a renegociação de dívidas em todo o país.