política

Deputado Gilvan da Federal vira réu por injúria racial contra deputada

06 mar 2024 - 08:00

Redação Em Dia ES

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Os crimes, segundo a denúncia, foram cometidos em 2021
“Recebi a decisão muito emocionada, foram dois anos na Câmara de Vitória de sucessivas agressões", desabafa Camila. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A Justiça acolheu denúncia do Ministério Público do Espírito Santo e o deputado federal capixaba Gilvan da Federal (PL) se tornou réu em processo por crime de violência política de gênero e injúria racial contra a deputada estadual Camila Valadão.

Segundo a denúncia, os crimes aconteceram no ano de 2021, quando os dois ainda eram vereadores de Vitória. Na época, o então vereador mandou que Camila Valadão calasse a boca e ainda a chamou de “assassina de bebês” e “satanista”, com o objetivo de injuriar a vítima e ofender a dignidade e o decoro.

“Para tanto, utilizou de menosprezo à condição de mulher, com a finalidade de impedir ou de dificultar o desempenho de seu mandato eletivo; outrossim, ele a injuriou, ofendeu sua dignidade e decoro, ao utilizar elementos diferenciados, pejorativos, referentes à religião”, descreveu a denúncia do MPES.

“Meu caso não é isolado, o que estou passando atinge milhares de outras mulheres em vários locais do Brasil. Violência política de gênero é um problema sistemático. Quando ele me ataca desta forma, com tanta violência, ultrapassa todos os limites e nada tem a ver com posicionamentos políticos contrários, não se trata só de alguém proferindo opinião, trata-se de agressão e não só a minha pessoa, mas a todas as mulheres”, disse a deputada.

A Polícia Federal abriu um inquérito policial e o MPES denunciou o deputado, que se tornou réu. Na denúncia, o MPES diz que o denunciado “praticava comportamento em plenário que extrapolava a defesa de ideologias e posicionamentos políticos, o que demonstra que ao mandá-la calar a boca o fez com clara sinalização de descrédito”, o que revelaram “preconceito e desprezo aos avanços e conquista da mulher em nossa sociedade. Suas atitudes revelaram uma rotina de violência simbólica e desvalorizadora da mulher”.

“Recebi a decisão muito emocionada, foram dois anos na Câmara de Vitória de sucessivas agressões. E receber essa notícia tão próximo do 8 de março, que, além de ser uma data simbólica para evidenciar as lutas das mulheres contra as várias violências, inclusive no meio político, é também a data que marca outro episódio de agressão do mesmo homem contra mim em plenário, que também tomou repercussão nacional”, desabafa Camila.

A defesa do deputado Gilvan da Federal não foi encontrada para comentar o caso.

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Atualizado: 08/04/2024 18:32

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