O governo do Espírito Santo não irá mais assumir a gestão da BR 101. A desistência ocorre após a concessionária Eco 101, atual responsável pela rodovia, pedir indenização de R$ 600 milhões. Ao anunciar a decisão do Executivo, o vice-governador Ricardo Ferraço disse que o governo tenta há alguns meses um acordo com a concessionária para assumir a gestão da rodovia, mas a Eco101 quer ser indenizada.
O governo se propôs, inclusive, a assumir uma dívida de cerca de R$ 350 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de realizar os investimentos na rodovia.
“Eles falam em indenização de R$ 600 milhões e eles têm passivos com o BNDES na ordem de R$ 350 milhões. Nós teríamos que assumir esse passivo e ainda o compromisso de fazer os investimentos. A nossa proposta era fazer no Espírito Santo o que aconteceu no Mato Grosso”, argumentou Ferraço.
O vice-governador também afirmou que a intenção do governo era assumir a rodovia como fez o Estado do Mato Grosso, em que o Estado assumiu a BR pagando um valor simbólico de apenas R$ 1.
Ferraço informou que esteve em Brasília na última quarta-feira (17), onde se reuniu com os presidentes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Tribunal de Contas da União (TCU) para discutir o que ele descreveu como plano B.
A alternativa consiste em um grupo de trabalho entre o Ministério do Trabalho e da ANTT para que seja apresentada uma perspectiva de repactuação do contrato de concessão, que deve ser entregue para a arbitragem do TCU até a primeira quinzena de junho.
A renovação com a Eco101 não é descartada, como revela o próprio vice-governador. “É uma das hipóteses: pode ser com a Eco101 ou com outra empresa. O que eu posso afirmar é que estamos descartando assumir porque não topamos indenizar uma concessionária que não cumpriu suas metas”, afirmou.