Os servidores públicos federais da Empresa Pública de Serviços Hospitalares (Ebserh), que atuam no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), entraram em greve nesta quarta-feira (21), às 7 horas, em protesto contra as perdas salariais de mais de 25% e 3 anos sem Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Em decisão liminar, o Tribunal Superior do Trabalho (TST), expedida nesta quarta-feira, determinou que os servidores públicos federais devem manter 60% dos serviços essenciais em funcionamento no período de greve da categoria. No Espírito Santo, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Espírito Santo (Sindsep-ES), Carlos Chácara, vinham mantendo 50% dos funcionários até a expedição da liminar.
Mesmo com 50% dos funcionários trabalhando, muitos serviços – que não eram de urgência -, como consultas, exames radiológicos e cirurgias eletivas foram impactadas pela greve. O movimento no estado se uniu aos trabalhadores da Ebserh de todo o país, que também decidiram pela paralisação, tornando-se assim a maior paralisação da história da empresa. A estatal presta serviços de assistência no âmbito do SUS nos hospitais universitários e é uma das maiores redes de saúde do Brasil.
No Espírito Santo, a Ebserh tem cerca de 1,3 mil funcionários ativos no Hucam, sendo que cerca de 800 são enfermeiros e técnicos de enfermagem. O Sindsep-ES frisa que nesses três anos ocorreram inúmeras e frustradas tentativas para a assinatura dos ACT’s de 2021/2022 e 2022/2023, mas a empresa insiste na retirada dos direitos dos trabalhadores e desmonte da empresa.
“É preciso respeito aos trabalhadores da saúde. A decisão pela greve – o último recurso e direito dos trabalhadores para atendimento de suas reivindicações legítimas – se tornou inevitável. Os profissionais deram seu sangue e até suas vidas durante a pandemia do coronavírus. Pela população, somos vistos como essenciais, mas aos olhos do governo federal somos invisíveis”, diz presidente do Sindsep.
Mobilização para o piso
Enfermeiros, técnicos e auxiliares também fazem mobilizações e paralisações em diversos estados nesta quarta-feira (21), em defesa do piso nacional da categoria que foi suspenso por 60 dias pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Para enfermeiros, o piso previsto é de R$ 4.750. Para técnicos, o valor corresponde a 70% do piso (R$ 3.325); enquanto auxiliares e parteiras terão direito a 50%, (R$ 2.375).