A dificuldade para respirar alerta: chegou a hora de parar!
Poluição, exposição a produtos químicos ou poeira, fatores genéticos, infecções respiratórias recorrentes. Existem várias condições que podem desencadear uma doença nas vias aéreas. Mas quando o assunto é tabagismo, o risco de adquirir esse tipo de enfermidade aumenta exponencialmente.
Muito se fala sobre o surgimento do câncer, mas o cigarro também é um grande causador de doenças respiratórias como asma, enfisema pulmonar, bronquite crônica e a doença pulmonar obstrutiva (DPOC), considerada atualmente a segunda causa de mortalidade no mundo de acordo com um estudo recente publicado no periódico Lancet. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), o fumo é responsável por cerca de 80% dos casos da DPOC.
Além de fazer mal para quem fuma, os componentes do cigarro prejudicam também os fumantes passivos. Conforme dados da SBPT, a exposição de gestantes e crianças à fumaça reduz o desenvolvimento dos pulmões e piora a função pulmonar com o tempo, por exemplo. Fora isso, quem convive com os fumantes também tem chance de desenvolver doenças respiratórias.
No fim das contas, além de ser responsável pelo surgimento das doenças, o cigarro também é capaz de agravar sintomas quando eles já existem. Se você é fumante e anda por aí sofrendo com tosse, falta de ar, respiração ofegante, chiado, muco e cansaço, esses podem ser sinais de alerta para algumas doenças respiratórias importantes.
Quais são as doenças respiratórias?
Asma
O que é:
A asma, condição multifatorial determinada pela interação de fatores genéticos e ambientais, é uma das doenças respiratórias mais comuns. A doença consiste na inflamação das vias aéreas inferiores, que causa o estreitamento dos bronquíolos. Essas minúsculas ramificações que estão dentro do pulmão transportam o ar até os alvéolos pulmonares, que por sua vez se assemelham a cachos de uva, e é neles que ocorre a troca gasosa.
Sintomas:
Dificuldade para respirar, tosse seca, chiado no peito, respiração rápida e curta.
Enfisema pulmonar
O que é:
O enfisema é caracterizado pela destruição dos alvéolos. Com a doença, essas estruturas inflamam, começam a se romper e formam pequenas bolhas. Esse processo dificulta a passagem do ar e a oxigenação do sangue.
Sintomas:
Chiado, tosse, respiração ofegante, falta de ar.
Bronquite crônica
O que é:
Na bronquite crônica, ocorre a inflamação dos brônquios, estruturas pulmonares responsáveis por levar e trazer o ar a cada respiração. A doença leva a um estreitamento e engrossamento das paredes dos brônquios, e também provoca secreção dentro deles. É uma doença que causa tosse e expectoração na maioria dos dias, por no mínimo três meses por ano, durante dois anos consecutivos, e tem como causa mais comum o tabagismo. A diferença entre a bronquite e a bronquite crônica está na duração dos sintomas e na existência de uma tosse com muco.
Sintomas:
Tosse com expectoração (secreção de muco), chiado, falta de ar e cansaço.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
O que é:
A DPOC é uma mistura de bronquite crônica com enfisema pulmonar. A DPOC é uma condição progressiva que obstrui as vias aéreas, dificultando a respiração. É uma doença com repercussões sistêmicas, prevenível e tratável, e a limitação que provoca no fluxo aéreo pulmonar é parcialmente reversível. Essa limitação é causada por uma associação entre doença de pequenos brônquios (bronquite crônica obstrutiva) e destruição de parênquima (enfisema).
Sintomas:
Falta de ar, mesmo diante de esforços mínimos, cansaço, pigarro e tosse.
É bom saber
A medida mais eficiente para preservar ou melhorar a saúde dos pulmões é reduzir ou cessar completamente o uso do cigarro. Isso vale para qualquer tipo deles: cachimbo, narguilé, cigarro normal, de tabaco ou eletrônico. Não importa o seu nível de dependência ou seu tempo como fumante, sempre vale a pena parar. Para se ter uma ideia, bastam 8 horas sem cigarro para que os níveis de oxigênio aumentem na corrente sanguínea. Após três semanas, a sua respiração já volta ao normal.
Aposte no SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza um tratamento gratuito para dependentes da nicotina, que integra o Programa Nacional de Controle do Tabagismo. Disque 136 e descubra em quais Unidades Básicas de Saúde e hospitais de seu município esse auxílio está disponível.