O tabagismo figura entre os maiores vilões quando o assunto é saúde e tem estreita relação com o aparecimento do câncer, além de problemas cardiovasculares. O cigarro é responsável por aumentar o risco de surgimento de aproximadamente 50 doenças diferentes, além de elevar a pressão arterial e a frequência cardíaca em até 30%. Por isso, desde 1986, a data de 29 de agosto foi escolhida como Dia Nacional de Combate ao Fumo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o tabagismo como a dependência da droga nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco. Após ser absorvida, a nicotina atinge o cérebro entre sete e 19 segundos, liberando substâncias químicas para a corrente sanguínea que levam a uma sensação de prazer e bem-estar. Essa sensação faz com que os fumantes usem o cigarro várias vezes ao dia. Por sentir prazer, o fumante busca o cigarro em situações de estresse, para “relaxar”.
O oncologista da Rede Meridional, Fernando Zamprogno, alerta para os perigos do fumo. “O cigarro está associado ou é fator de risco para o desenvolvimento de câncer de cabeça, pescoço, esôfago e pâncreas, assim como para muitas patologias buco-dentais. O tabagismo é considerado a maior causa de câncer e morte evitáveis do mundo, responsável pela maioria dos casos de tumores no pulmão e grande parte dos acidentes cerebrovasculares e ataques cardíacos mortais. Além disso, chega a reduzir a expectativa de vida em 20 anos”, afirma.
O uso do tabaco causa vários tipos de inflamação e prejudica os mecanismos de defesa do organismo, por isso, os fumantes têm maior risco de contrair infecções por vírus, bactérias e fungos, é o que reforça o médico.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo e os custos dos danos produzidos pelo cigarro no sistema de saúde e na economia são de mais de R$ 125 bilhões ao ano. São mais de 161 mil mortes anuais que poderiam ser evitadas. Em relação às mortes anuais atribuíveis ao tabagismo, 37.686 correspondem à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 33.179 a doenças cardíacas, 25.683 a outros cânceres, 24.443 ao câncer de pulmão, 18.620 ao tabagismo passivo e outras causas, 12.201 à pneumonia e 10.041 ao acidente vascular cerebral (AVC).
Dentre as mortes por cânceres de pulmão, pelo menos 80% são consequências do tabagismo. E esse percentual provavelmente é maior para o câncer de pulmão de pequenas células. Além disso, o tabagismo contribui para o desenvolvimento de vários tipos de câncer como leucemia mieloide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traqueia, brônquios e pulmão.