No próximo dia 29 de setembro, acontece o Dia Mundial do Coração, data dedicada à conscientização quanto à saúde do coração. São diversas as doenças e fatores de risco que comprometem o funcionamento do coração e, diante disso, a Secretaria da Saúde (Sesa) faz um alerta para os cuidados com as doenças cardiovasculares a toda população capixaba.
“As doenças do coração estão entre as mais comuns e são algumas das principais causas de adoecimento e óbito no Brasil. A transição epidemiológica em nosso país, com o envelhecimento da população, faz com que estas condições se tornem cada vez mais prevalentes. Os cuidados com a saúde do coração devem começar desde cedo, com adoção de hábitos saudáveis”, orientou o médico cardiologista Werther Mônico Rosa, referência técnica cardiovascular da Sesa.
De acordo com o profissional, a melhor conduta para se previr as doenças cardiovasculares é se atentar aos fatores de riscos, sejam eles de transmissão hereditária ou condições congênitas, ou aqueles de fatores externos, como o tabagismo, o comportamento sedentário.
“Mas os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares são a pressão alta e o diabetes, doenças que têm tratamento e que demandam uma conduta constante por parte dos pacientes, como medicação, modificação da alimentação e prática de exercícios”, alertou a referência técnica.
Desta forma, para mudança do prognóstico de doenças cardiovasculares, é importante que a população atente para a importância de cuidar da alimentação; a prática de atividade física regular; de manter o peso saudável; de ficar atento em relação à saúde; e evitar fumar. “O ideal é que a partir dos 40 anos, o paciente procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima para realizar o rastreamento de fator de risco e ser acompanhado”, informou o cardiologista Werther Mônico Rosa.
Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a Atenção Primária à Saúde (APS), com atendimentos nas UBS, é onde o usuário pode dar início ao acompanhamento para os cuidados da saúde do coração. E é por meio da Linha de Cuidado, que o usuário também tem acesso desde a prevenção, com orientações; ao diagnóstico precoce; e ao tratamento em níveis crescentes de complexidade, além da reabilitação.
Cenário das principais doenças cardiovasculares no Estado
No Espírito Santo, as doenças cardiovasculares de maior prevalência na população são o Infarto Agudo do Miocárdio, o Acidente Vascular Cerebral (AVC), a Doença Crônica das Artérias Coronárias e as Miocardiopatias. Sendo o infarto e o AVC as duas principais causas de internação.
Em 2023, o infarto teve uma incidência de 90 internações por 100 mil habitantes/ano, isto é, cerca de 3,4 mil internações. Em 2024, com dados ainda não consolidados, tem-se uma incidência de 53 internações por 100 mil habitantes/ano, cerca de 2 mil internações.
Em relação ao AVC, em 2023 o coeficiente de incidência foi de 61 internações por 100 mil habitantes/ano, isto é, cerca de 2,3 mil internações. Em 2024, o coeficiente está em 24 internações, sendo o dado ainda não consolidado, com aproximadamente 900 internações.
As demais doenças, como a doença crônica das artérias coronárias e as miocardiopatias, têm coeficientes semelhantes, entre 12 a 16 internações por 100 mil habitantes/ano, entre 460 e 610 internações por ano.
“O infarto e o AVC são doenças que tem apresentação agudas, que acontecem de emergência. A qualquer suspeita, é fundamental ligar para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU – 192), Bombeiros (193) ou levar a pessoa imediatamente ao pronto de atendimento mais próximo da residência. A partir desse primeiro atendimento, o paciente será encaminhado para o hospital de referência”, informou a referência técnica cardiovascular da Sesa, Werther Mônico Rosa.
Em relação aos óbitos, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. No Espírito Santo o cenário não é diferente, sendo o infarto agudo a principal doença cardiovascular, entre as demais, a levar à morte.
Em 2023, o infarto agudo do miocárdio foi a causa de morte para mais de 1,9 mil capixabas, ficando com coeficiente de 50 óbitos a cada 100 mil habitantes/ano. Em 2024, o coeficiente é de 25,6 óbitos por 100 mil habitantes, isto é, cerca de 980 óbitos. Os dados de 2024 ainda não são consolidados.