Apesar de não ter cura, o tratamento alivia os sintomas e melhora a qualidade de vida
Lúpus é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, ou seja, o próprio organismo do paciente começa a produzir anticorpos e células que atacam o corpo. Para conscientizar a população, o Dia Mundial do Lúpus, celebrado em 10 de maio, relembra a importância de conhecer melhor os sintomas e tratamentos disponíveis para essa doença.
De acordo com estimativas da Sociedade Brasileira de Reumatologia, o Brasil tem cerca de 65 mil pessoas com lúpus. A proporção é de que atualmente os sintomas atingem uma em cada 1.700 mulheres no país. O reumatologista Luiz Fellipe Genelhu explica que os sintomas podem variar de acordo com a fase e gravidade da doença: os principais são as dores e inchaço nas articulações, manchas vermelhas na pele, inflamação das membranas dos pulmões e coração, inflamação dos rins, febre, cansaço e fadiga.
A origem da doença não é totalmente conhecida, mas pode ser desencadeada por fatores genéticos, ambientais e hormonais. Existem quatros tipos diferentes de lúpus: eritematoso sistêmico, caracterizado por inflamações e manchas na pele exposta ao sol; discoide ou cutâneo, que atinge apenas a pele e não envolve outros órgãos; lúpus induzido por medicamentos como hidralazina, procainamida ou isoniazida, que provocam uma inflamação temporária e, após terminar o uso do medicamento, normalmente os sintomas desaparecem; neonatal, que pode acometer bebês que nascem de mulheres com lúpus.
O especialista explica que o diagnóstico é baseado na história e sintomas do paciente. Alguns exames laboratoriais, como o fator antinúcleo (FAN) ou anticorpos antinúcleo (ANA), que rastreiam a presença de autoanticorpos em casos de suspeita de doenças autoimunes, auxiliam no diagnóstico, mas não existe um exame 100% específico para o lúpus. O tratamento é feito com anti-inflamatórios, corticoides e imunossupressores. É importante lembrar que não é uma condição contagiosa.
Segundo o reumatologista, não é possível prevenir o lúpus devido à impossibilidade de interferir na suscetibilidade genética do indivíduo. Apesar de não ter cura, os tratamentos ajudam a aliviar os sintomas e melhoraram a qualidade de vida. “As mulheres são mais afetadas que os homens, além disso a doença é mais comum em mestiços e afroascendentes.”