Saúde

Pandemia e ansiedade em crianças e adolescentes: como identificar e tratar?

19 jul 2021 - 08:00

Redação Em Dia ES

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Se a ansiedade não for controlada, ela pode acarretar uma série de doenças, dores de cabeça crônicas, obesidade, vícios, depressão e insônia
Depois de um ano e meio, a pandemia caminha para a reta final com a vacinação em massa da população. Sabemos que não será da noite para o dia que tudo voltará ao normal, mas com a flexibilização cada vez maior, a tendência é termos a segurança para retomar as atividades. Mas, até lá, ainda temos alguns desafios, como os reflexos desse isolamento estendido nas crianças e adolescentes. 

“A pandemia trouxe uma série de perdas, além das mortes de pessoas queridas. Aulas online, encontros virtuais, falta de interações pessoais, impossibilidade de contatos com amigos e familiares que não moram na mesma casa. Isso tudo gera uma ansiedade além do normal, podendo afetar a vida de crianças e adolescentes por um bom tempo ainda pós-pandemia, do ponto da saúde física e mental”, explica a pediatra Felícia Szeles. 

Essa ansiedade pode se manifestar de diversas maneiras, desde sintomas físicos, como taquicardia, respiração acelerada e falta de sono; até de forma cognitiva, com a dificuldade de concentração e perda de memória, que acabam refletindo diretamente no rendimento escolar deles.
 
“As emoções também podem ser impactadas. A infância e adolescência são fases que pedem muito estímulo social para o desenvolvimento cognitivo. Por isso, um dos grandes desafios dos pais é adaptar ao máximo as situações e sempre falar sobre sentimentos e emoções, para que os filhos consigam identificar melhor o que sentem”, diz a Dra. 

Do ponto de vista físico, se essa ansiedade não for controlada, ela pode acarretar uma série de doenças, dores de cabeça crônicas, obesidade, vícios (principalmente em jogos), depressão e insônia. 

“A ansiedade deve ser acolhida em qualquer fase da vida, mas quando pensamos em crianças e adolescentes, os cuidados precisam ser redobrados, já que eles têm menos repertório da vida e de como lidar com essas questões. E como fazer isso? Conversando e estando próximos deles, só assim é possível identificar os sintomas da ansiedade”, diz Felicia. 

Indícios de que a criança ou o adolescente está com ansiedade:
• dificuldade para dormir ou excesso de sono; 
• tontura; 
• boca mais seca; 
• mãos geladas; 
• irritabilidade; 
• tédio; 
• falta de interação social; 
• baixa no rendimento escolar; 
• dificuldade para expor sentimentos
 
Como ajudar? 
• Dialogar sempre e sobre todos os assuntos; 
• Esteja presente no dia a dia de seu filho; 
• Permita, quando possível, o retorno à escola presencialmente (seguindo todas as medidas de proteção contra a Covid-19, claro!);  
• Estimule a prática de atividade física e o retorno aos esportes, também seguindo todo protocolo de prevenção; 
• Tenha uma rotina saudável, com horários para estudos, esporte, lazer, uma boa   alimentação, e principalmente uma boa noite de sono. A rotina é super importante para o controle da ansiedade. 

“Se notar algum desses sintomas ou comportamentos diferentes no seu filho, converse imediatamente com o pediatra para que possam ter um diagnóstico mais assertivo e começar a cuidar de forma breve. Os tratamentos podem variar desde pequenas mudanças de rotina até terapia e remédios”, completa a pediatra. 

Dra. Felícia Szeles
Formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC – Campinas), é especialista em Pediatria e Alergia e Imunologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
 
Pediatra nas áreas de Puericultura, Infância e Adolescência, também realiza acompanhamento pediátrico pré-natal em gestante. Como Alergista, atua com foco no atendimento infantil.
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Atualizado: 19/07/2021 08:00

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