Saúde

Obesidade infantil afeta 3,1 milhões de crianças menores de 10 anos no Brasil

03 jun 2021 - 11:41

Redação Em Dia ES

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No SUS, o atendimento multidisciplinar garante várias abordagens necessárias para o acompanhamento e tratamento da doença

Hábitos saudáveis têm mais chances de acompanhar a
população durante a vida se começarem logo na infância. Por isso, é
preciso chamar atenção para a qualidade de vida e rotina alimentar
balanceada nesta quinta-feira (3), Dia da Conscientização Contra a
Obesidade Mórbida Infantil. A estimativa é que 6,4 milhões de crianças
tenham excesso de peso no Brasil e 3,1 milhões já evoluíram para
obesidade.

A doença afeta 13,2% das crianças entre 5 e 9 anos
acompanhadas no Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde, e
pode trazer consequências preocupantes ao longo da vida. Nessa
faixa-etária, 28% das crianças apresentam excesso de peso, um sinal de
alerta para o risco de obesidade ainda na infância ou no futuro. Entre
os menores de 5 anos, o índice de sobrepeso é de 14,8, sendo 7% já
apresentam obesidade. Os dados são de 2019, baseados no Índice de Massa
Corporal (IMC) de crianças que são atendidas na Atenção Primária à Saúde
(SAPS).

Esses números reforçam a importância da educação
alimentar desde cedo para evitar as consequências que podem acompanhar
esses jovens pela vida toda, afetando o desempenho escolar e aumentando o
risco de várias doenças, como hipertensão e diabetes.

A pandemia
da Covid-19 também agravou a situação e teve impacto importante na
alimentação das crianças e adolescentes, além do aumento do
sedentarismo. A interrupção significativa na rotina das crianças pode
gerar impacto negativo na saúde mental e bem-estar, o que pode provocar
um índice ainda maior de jovens com excesso de peso. Os cuidados com a
saúde de forma multidisciplinar devem ser intensificados, como a prática
de atividade física e escolhas mais saudáveis na alimentação.

Em
2016, foi proclamada a Década de Ação das Nações Unidas sobre Nutrição
(2016 a 2025) e o Brasil lidera as ações, em conjunto com outros
governos, para enfrentar os problemas decorrentes da má nutrição,
principalmente para o excesso de peso em crianças menores de cinco anos
de idade.

No SUS, o atendimento multidisciplinar garante várias
abordagens necessárias para o acompanhamento e tratamento da doença, já
que isso também envolve uma mudança de comportamento em casa. O
Ministério da Saúde tem investido em diretrizes e ações de prevenção e
controle e para melhorar a alimentação na infância. Em 2021, a pasta
lançou o Guia Alimentar de bolso para menores de 2 anos, com orientações
para introdução alimentar correta a partir dos seis meses.

Prevenção
A
obesidade infantil é resultado de uma série complexa de fatores
genéticos, comportamentais, que atuam em vários contextos: familiar,
escolar, social. Fatores que podem ocorrer ainda na gestação podem
influenciar, como a nutrição inadequada da mãe e o excesso de peso.
Também pode envolver um aleitamento materno de curta duração e
introdução de alimentos de forma inadequada.

Crianças com
obesidade correm riscos de desenvolverem doenças nas articulações e nos
ossos, diabetes e doenças cardíacas. Para evitar esses riscos, é
essencial que a introdução alimentar seja feita no período correto (a
partir dos 6 meses, após o período de aleitamento materno exclusivo) e
com os alimentos balanceados. Se esse período não tiver o cuidado e
atenção necessários, as crianças ficam expostas cada vez mais cedo aos
alimentos ultraprocessados e industrializados.

Os salgadinhos,
refrigerantes, biscoitos recheados devem sair de cena e dar mais espaço
aos alimentos que já conhecemos bem, como arroz, feijão, legumes e
frutas. Portanto, o acesso à informação sobre escolhas mais saudáveis
para as famílias, profissionais de saúde, cuidadores e responsáveis é
fundamental para combater o problema.

Ações estratégicas
O
Ministério da Saúde lançará, em julho, a Estratégia de Prevenção e
Atenção à Obesidade Infantil (Proteja) e a Campanha Nacional de
Prevenção à Obesidade Infantil. O objetivo da pasta é investir ainda
mais na melhoria da saúde e da nutrição das crianças brasileiras. As
ações apoiarão os municípios no planejamento, implementação,
monitoramento de ações e intervenções na Atenção Primária à Saúde.

Também
será lançado um sistema online que permitirá que os gestores municipais
de saúde façam o acompanhamento das ações e cumprimento de metas.

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Atualizado: 03/06/2021 11:41

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