O secretário de Saúde do ES falou sobre vacinas, situação da pandemia no Estado e ocupação de UTIs no ES
Nésio Fernandes, secretário de Estado da Saúde, e o subsecretário em Vigilância de Saúde, Luiz Carlos Reblin, concederam nesta sexta-feira (12), uma coletiva de imprensa para atualizar informações sobre o enfrentamento à Covid-19 no Espírito Santo.
O secretário começou realizando uma avaliação da pandemia no Espírito Santo. “O Estado vive uma nova fase de aceleração da curva de casos, internações. Tivemos uma semana com aumento significativo de óbitos”.
Nésio afirmou que o Governo do Estado não vai hesitar em tomar medidas proporcionais e capazes de responder a fases mais críticas. “Não iremos aguardar que a pandemia assuma proporções semelhantes a que ocorreu na primeira onda e muito menos ao colapso observado em outros Estados do país”.
O secretário falou sobre mudanças no mapa de risco “A partir de hoje (12), diversos municípios vão atingir o risco alto e praticamente não teremos mais municípios em risco baixo no Espírito Santo”. Sobre a expansão de leitos, Nésio Fernandes disse que a previsão de expansão de leitos, anunciada semanas atrás, de 158 leitos, está sendo incrementada com a expansão de mais leitos, tanto para Covid quanto para não-Covid. “A rede está sendo reforçada para poder resistir à nova fase que vivemos”.
Contudo, o secretário afirmou que somente leitos não vão salvar todas as vidas. “Somente os leitos não irão salvar todas as vidas. Os leitos vão garantir o acesso ao serviço de saúde. No entanto, caso não ocorra condição necessária para evitar o maior colapso, podemos viver dias muito críticos no nosso Estado”.
Segundo Nésio, será publicada neste sábado (13) uma portaria para toda a rede privada do Espírito Santo que suspenda as cirurgias eletivas não essenciais em toda a sua rede, de forma que a rede privada consiga garantir o atendimento e acesso aos seus segurados dos planos de saúde, e também possa garantir a venda complementar de leitos ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“Não podemos naturalizar a doença”
O subsecretário, Luiz Carlos Reblin, afrimou que “Não podemos naturalizar a doença, dizer que não causa nenhum dano. Pode não causar diretamente a pessoa, mas pode causar um dano, um risco, um óbito em alguém que você, sem respeitar as regras, contaminou. Sabemos como a doença se transmite e sabemos como evitar a transmissão. Então, usar máscara, manter a distância e lavar as mãos, para que tenhamos condição de manter a curva sob controle, para que todos possam ter acesso adequado ao sistema de saúde”.
O secretário Nésio Fernandes afirmou que a taxa de ocupação não equivale a gravidade da primeira onda. “Nesta semana alcançamos a maior taxa de ocupação da pandemia. Essa ocupação não representa um aumento crítico equivalente ao que vivemos. Naquele momento, tinhamos uma permanencia de pacientes de 8, 9 dias. Hoje, pacientes com as mesmas características estão demandando, em média, 12 dias de internação nas UTI’s. O aumento do tempo faz com que a mesma quantidade de leitos seja utilizada por menos pacientes ao longo do mês, por isso a ocupação tem um aumento no Espírito Santo. Isso demanda um novo dimensionamento”.
Nésio também afirmou que não há riscos de desabastecimento “Todas as medidas para o suprimento de oxigênio, materiais e medicamentos já foram tomadas. Não temos risco de desabastecimento desses itens para a rede pública de Saúde do nosso Estado”.
O secretário também tranquilizou ao afirmar que não há publicações da Fiocruz sobre a circulação de novas cepas no Espírito Santo. “Não temos uma nova doença, temos variações do mesmo vírus que tem suas formas de transmissão já conhecidas, e medidas de tratamento já identificados como forma de responder as complicações nos indivíduos”.
Vacinas contra a Covid-19
Sobre a situação da vacinação no ES, Nésio disse que o calendário frustra expectativa de vacinar faixa etária dos 60 anos em março. “Semanalmente temos tido a frustração do calendário anunciado nos meses anteriores pelo MS, das quantidades de doses que podem chegar aos Estados. Essas frustrações faz com que a expectativa de vacinar pessoas a partir de 60 anos em março seja frustrada. Entendemos que ao longo do mês de abril devemos estar iniciando a vacinação da faixa etária de 60 anos”.
Secretário também alertou aos municípios sobre falsos fornecedores de vacina. “Alertamos aos gestores municipais quanto a falsas promessas, falsos fornecedores de vacina que estão circulando no mercado. Recomendamos atenção a checagem de vacinas e servidores. Todo o sistema de controle interno e externo se mobiliza com atenção a negociações de alto risco. O Estado tem estabelecido uma negociação direta com a indústria, de forma que qualquer aquisição possa ter a garantir da produção, armazenamento e transporte das vacinas”.
Ainda sobre vacinas, Nésio disse que o relatório sobre fura-fila será apresentado. “Estamos preparando a consolidação de casos já levantados, investigações, do que foi descartado como casos que não observaram a ordem. Agora, iremos apresentar as auditorias feitas pelo Estado, pelo Tribunal de Contas, e devemos ter na segunda quinzena a consolidação dos casos e medidas a serem tomadas. Tivemos uma portaria que determinou sanções administrativas a servidores que não tenham observado a ordem. Essas medidas serão tomadas garantindo a ampla defesa e contraditório, mas serão aplicadas”.
Lockdown
O secretário disse que o Estado não descarta a realização de medidas extremas definidas pelo lockdown “Nós entendemos que a medida não pode ser tomada de forma tardia, ou precoce. Então, no momento oportuno, o governo não hesitará em tomar medida proporcional ao momento crítico que viva. Não descartamos medidas muito rígidas, de realizar o lockdown, de maneira que as cidades se mobilizam para que isso não ocorra”.
“Ao longo das próximas quatro semanas podemos ter um comportamento de crescimento de casos, internações e óbitos no Estado. Uma previsão que nos leva agora a tomar medidas para evitar o colapso”, afirmou Nésio.