O Espírito Santo já começou a realizar os testes para a detecção da varíola dos macacos (Monkeypox) em solo capixaba, ou seja, as amostras coletadas em pacientes com suspeita da doença, agora são analisadas no Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen-ES).
Antes, os exames eram encaminhados para a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e com a novidade a expectativa é de que o tempo para o resultado seja menor.
Segundo o gerente de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Orlei Cardoso, a diferença na divulgação do resultado é bastante expressiva.
“O resultado estava levando em média de 12 a 13 dias para ficar pronto. Era um tempo longo considerando que a doença precisa de um isolamento maior, de 21 dias e isso dificultava muito. Agora, o tempo do Lacen é de em média 24 a 72 horas para liberação, mas sempre lembrando que é desde que a amostra entre no setor de triagem do Lacen”, explicou.
Um tempo importante que reflete no isolamento mais preciso dos pacientes que testam positivo e também dos casos suspeitos, uma vez que não precisam mais enfrentar um longo período de isolamento até que o resultado seja encaminhado pelo laboratório carioca.
O teste para o diagnóstico da doença foi incluído pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no rol de procedimentos com cobertura pelos planos de saúde. De acordo com a Sesa, o Espírito Santo já registrou 62 casos de varíola dos macacos e 170 estão sob investigação.
Cardoso ressalta que os registros de novos casos da doença seguem crescendo no Espírito Santo.
“Teve um aumento e o número de notificações passou de 480. Houve um aumento nas pessoas que começaram a procurar mais os serviços, se for comparar a umas duas ou três semanas anteriores. Em relação aos casos positivos também teve um aumento”, apontou o gerente.
Um outro ponto é que o Estado está em processo de aquisição dos insumos para a realização dos testes com recursos próprios. Orlei ressalta que isso permitirá a manutenção dos teste pelo Lacen, caso haja alguma interrupção do envio por parte do Ministério da Saúde.
Transmissão da varíola dos macacos
A transmissão da doença acontece a partir de contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama e toalhas.
A infectologista Rúbia Miossi explica que o diagnóstico deve ser feito assim que os primeiros sinais aparecerem. Ela reforça que qualquer pessoa pode se infectar pela varíola dos macacos e que em alguns casos a doença pode ser grave.
“É uma doença que qualquer pessoa pode pegar. Não tem sexo, cor, idade e é uma doença grave se a pessoa tiver uma saúde mais fragilizada, se for uma criança mais nova ou mesmo uma mulher grávida”, explicou.