Após cinco meses de internação no Hospital Estadual de Atenção Clínica (HEAC) em Cariacica, o argentino Ivan Neres Perez está retornando à sua terra natal com a ajuda de sua irmã, que veio buscá-lo nesta quinta-feira (10).
Flávia Perez, a irmã de Ivan, acompanhou-o desde sua saída do hospital até o aeroporto, onde embarcaram em um voo sanitário com destino à Argentina às 11h da manhã.
O médico responsável pelo caso de Ivan, o doutor David de Paula Luiz, alerta que os cuidados precisarão ser mantidos mesmo após a mudança. “Devido ao trauma que ele sofreu, ele ainda necessitará muito do apoio da família para continuar com a fisioterapia motora e respiratória. Hoje ele está deixando o hospital sem a necessidade de nenhum dispositivo.”
De acordo com o especialista, embora o paciente consiga se movimentar, ele ainda não consegue se comunicar verbalmente. “Ele se expressa através de movimentos, como olhares e expressões faciais, mas não consegue falar devido ao traumatismo cranioencefálico que ele sofreu.”
O médico também relembra os progressos que o argentino fez nos últimos cinco meses. “Quando ele foi admitido na instituição, ele ainda estava sendo alimentado por sonda nasotraqueal e enfrentava dificuldades respiratórias. Agora ele é capaz de se alimentar por via oral e todos os dispositivos foram removidos. Ele ouve e compreende tudo ao seu redor.”
Felipe Goggi, o diretor do hospital, enfatiza que houve uma notável progressão em seu diagnóstico dentro de seu quadro clínico. O próximo passo é a desospitalização, especialmente levando-o de volta ao ambiente familiar na Argentina. “O sentimento que fica para o hospital e toda a equipe é de dever cumprido, tendo prestado um atendimento de qualidade.”
David de Paula também ressalta a importância do apoio familiar em casos como o de Ivan. “Atualmente, enfrentamos uma situação no hospital em que muitos pacientes já têm alta médica, mas continuam aqui porque suas famílias não vêm buscá-los.”
Caso
Ivan Perez estava internado no HEAC desde abril, após sofrer um grave acidente. Ele deu entrada com traumatismo craniano, insuficiência respiratória e diminuição do nível de consciência, sendo incapaz de se comunicar ou apresentar documentos.
Desde então, Perez estava internado como Pessoa Não Identificada (PNI). Para localizar algum familiar, o HEAC lançou uma campanha, divulgando-a nas redes sociais, e conseguiu encontrar um irmão do rapaz, que o identificou e passou a acompanhá-lo no hospital.
Com informações de ESHoje