A partir de 10 de outubro, hospitais em todas as regiões do Brasil, incluindo várias cidades do Espírito Santo, começarão a receber visitas de profissionais capacitados e identificados para realizar entrevistas com vítimas de violência.
A pesquisa, intitulada Viva Inquérito, é organizada pelo Ministério da Saúde e tem como principal objetivo traçar o perfil das vítimas atendidas em serviços de urgência e emergência, visando identificar fatores de risco e propor medidas preventivas adequadas. Esta é a 6ª edição da pesquisa, que já se mostrou crucial para a formulação de políticas públicas de saúde.
No Espírito Santo, as cidades de Vitória, Vila Velha, Serra, Viana, Guarapari, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, Marataízes, Santa Teresa, São Mateus e Venda Nova do Imigrante estão incluídas no estudo. Os profissionais coletarão informações diretamente dos pacientes que sofreram violências interpessoais, acidentes de trânsito, quedas, queimaduras, entre outros tipos de traumas.
O Viva Inquérito é conduzido com uma amostra representativa dos serviços de urgência e emergência em todo o país. A seleção das unidades de saúde que participam do estudo foi realizada por meio de sorteios aleatórios, baseados em critérios científicos, garantindo assim a representatividade dos dados. Em setembro, foi realizada uma fase de pré-teste da pesquisa, e, agora, com o início oficial no dia 10 de outubro, espera-se uma coleta de dados ampla e precisa.
De acordo com o Ministério da Saúde, a colaboração dos gestores e trabalhadores das unidades de saúde será fundamental para o sucesso do estudo.
A diretora do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Transmissíveis (Daent) da pasta, Letícia Cardoso, afirmou que “para o sucesso desta pesquisa, é essencial que gestores e trabalhadores da saúde estejam devidamente sensibilizados. Esse processo é crucial para que compreendam não apenas a importância do estudo e seus impactos na saúde pública, mas também para que facilitem o acesso dos pesquisadores aos serviços, garantindo a coleta de dados de forma eficaz e colaborativa”.
Os profissionais encarregados da coleta de dados estarão devidamente identificados com crachás e uniformes que incluem o logotipo do Viva Inquérito. Além disso, eles apresentarão ofícios oficiais do Ministério da Saúde para garantir que possam acessar as unidades e realizar as entrevistas necessárias.
A pesquisa conta com a aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conepe), assegurando que todos os procedimentos sigam os protocolos éticos estabelecidos.
Impacto das pesquisas anteriores
As edições anteriores do Viva Inquérito revelaram dados significativos sobre os perfis das vítimas de violências interpessoais, autoprovocadas e acidentes. Essas informações têm sido fundamentais para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e a formulação de recomendações para os serviços de saúde e políticas públicas em nível local e nacional. Os resultados ajudam a identificar áreas prioritárias e embasam decisões que podem melhorar a resposta do sistema de saúde a esses tipos de agravos.