Saúde

Homem morre após beber 1 litro de cachaça: conheça os riscos do consumo excessivo de álcool

18 jul 2023 - 16:59

Redação Em Dia ES

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Consumo abusivo de álcool pode ser fatal, e isso se deve à intoxicação severa causada pela substância
Homem morre após beber 1 litro de cachaça: conheça os riscos do consumo excessivo de álcool. Foto: Reprodução

Um trágico caso ocorreu na cidade de Catalão, em Goiás, onde um trabalhador rural de 42 anos foi encontrado morto após ingerir uma garrafa de cachaça de uma só vez. “Apostaram duas caixinhas de cerveja. Ele virou 1 litro de pinga, mas não aguentou”, contou uma testemunha.

O consumo abusivo de álcool pode ser fatal, e isso se deve à intoxicação severa causada pela substância. O álcool em excesso pode levar ao coma alcoólico, um estágio avançado de rebaixamento da consciência que representa uma séria ameaça à vida.

O médico Paulo Olzon, clínico da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), explica que o organismo não tem tempo suficiente para metabolizar rapidamente o álcool ingerido em casos de consumo excessivo, impedindo sua transformação em gás carbônico (expelido pela respiração) e água (eliminada pela urina). Isso acarreta em danos às funções vitais, como a respiração e o batimento cardíaco, uma vez que a área do cérebro afetada pelo álcool pode desligar essas funções.

O médico hepatologista Raymundo Paraná, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), acrescenta que a intoxicação aguda também pode causar arritmia cardíaca, especialmente em pacientes com doenças cardiovasculares. Além disso, o consumo excessivo de álcool pode ter interações medicamentosas nefastas, mesmo em pessoas sem doenças hepáticas.

Que quantidade já é um risco?
De acordo com o Ministério da Saúde, a intoxicação aguda ocorre quando o corpo não consegue metabolizar o álcool consumido em determinado período. A perda de consciência e o comprometimento das funções vitais ocorrem quando a concentração de álcool no sangue atinge níveis entre 0,3% e 0,45% (equivalente a 0,3 a 0,45 gramas de álcool a cada 100 ml de sangue), de acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), uma organização de referência no assunto.

No entanto, não é apenas aquele que consome uma garrafa de álcool em segundos que está sujeito a complicações graves. O hábito conhecido como Beber Pesado Episódico (BPE) ou binge drinking, que consiste no consumo excessivo de álcool em curtos períodos, também é extremamente prejudicial à saúde, tanto a curto quanto a longo prazo.

Esse padrão de consumo coloca as pessoas em situações de risco, como acidentes de trânsito, episódios de violência, sexo desprotegido e, obviamente, quadros de intoxicação que podem levar à morte. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o BPE como o consumo de 60g ou mais de álcool puro em uma única ocasião, pelo menos uma vez por mês.

O consumo excessivo de álcool em um curto período pode resultar em sintomas como pensamento lento, suscetibilidade emocional, comportamento desinibido, euforia ou depressão, agitação, convulsões, andar instável, tremores, náuseas, vômitos, hipotermia, vermelhidão ou palidez, fraqueza muscular e até mesmo coma.

Mais efeitos
Um efeito adicional possível é a queda de pressão arterial ou tontura, o que pode levar ao vômito. Se a pessoa aspirar o vômito, isso pode resultar em uma parada respiratória, afetando diretamente os batimentos cardíacos. As consequências de um episódio assim podem ser graves, com danos tóxicos nas vias respiratórias devido ao suco gástrico que entrou nos pulmões.

O médico Paulo Olzon ressalta a gravidade do consumo excessivo de álcool, especialmente em um contexto de competição. Ele enfatiza que a ingestão de álcool deve ser alternada com alimentos e água, para permitir a hidratação adequada do corpo. Caso uma pessoa apresente sinais como sudorese fria, tontura e perda de consciência, é imprescindível levá-la imediatamente a uma unidade de pronto-socorro para receber glicose intravenosa.

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Atualizado: 18/07/2023 17:33

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