A Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo confirmou nesta terça-feira (20) a primeira morte por Febre Oropouche no estado. O caso ocorreu em Colatina, na região Noroeste, em 16 de janeiro deste ano. A vítima, que não teve a identidade divulgada, apresentava histórico de cardiopatia e hipertensão. A causa da morte foi confirmada somente após exames laboratoriais concluídos nesta semana.
Outras duas mortes suspeitas estão sob investigação, segundo informou a pasta estadual. A Febre Oropouche é uma arbovirose causada pelo vírus Oropouche e transmitida principalmente pelo mosquito-pólvora (Culicoides paraensis), que se prolifera em ambientes úmidos e com matéria orgânica em decomposição.
Sintomas exigem atenção imediata
A coordenadora do curso de Biomedicina da Faculdade Anhanguera, Cláudia Mara Mognato, alerta para a importância da população estar atenta aos sintomas da doença, que são semelhantes aos da dengue e da Chikungunya. “O mosquito transmissor pode deixar manchas vermelhas no local da picada. Alguns sintomas muito comuns são dor muscular, dor de cabeça, dor nas articulações, diarreia e náusea. O diagnóstico clínico, epidemiológico e laboratorial deve ser notificado de forma imediata. Portanto, ao sentir esses sintomas, procure um posto médico”, orienta.
O diagnóstico da Febre Oropouche é feito por meio de exames laboratoriais, como RT-PCR — que detecta o RNA viral no sangue — e sorologia, que identifica anticorpos específicos contra o vírus. Ainda não há tratamento específico para a doença. O manejo é sintomático e inclui o uso de antitérmicos, analgésicos, hidratação adequada e repouso.
Para conter a proliferação do mosquito-pólvora, a especialista destaca que é essencial eliminar locais úmidos e com matéria orgânica em decomposição. “Os ovos que causam a Febre Oropouche são depositados em ambientes úmidos e eclodem entre dois e sete dias. As larvas se desenvolvem em três semanas, depois se enterram na lama ou areia e se transformam em pupas, tornando-se insetos adultos em três dias”, explica Cláudia.
Entre as principais recomendações de prevenção estão:
. Eliminar criadouros: Evitar o acúmulo de água em vasos de plantas, pneus, garrafas e outros recipientes;
. Manter recipientes limpos: Trocar regularmente a água de bebedouros e vasos, limpando para evitar larvas;
. Utilizar telas e mosquiteiros: Impedir a entrada de mosquitos em casa e proteger áreas de descanso;
. Aplicar repelentes: Usar produtos apropriados, especialmente no amanhecer e entardecer;
. Usar roupas protetoras: Cobrir o corpo em áreas com alta presença de mosquitos;
. Eliminar abrigos: Manter a casa e arredores limpos, evitando lixo e entulho;
. Apoiar ações públicas: Colaborar com campanhas e ações de controle realizadas por órgãos de saúde.