Segundo o Ministério da Saúde, 4 a cada 10 crianças não se imunizaram contra a poliomielite no país. No Espírito Santo, a cobertura chegou somente a 54%, bem abaixo do estabelecido (95%). A meningite também aumentou. O cenário preocupa, já que a falta de vacinas durante a infância pode acarretar em inúmeras doenças na vida adulta.
É o que afirma o infectologista, Carlos Urbano. “Por exemplo, o HPV, que é o câncer de colo de útero e a cirrose hepática. Para quem não se vacina contra a hepatite B, ambas são doenças da vida adulta”, explica.
Além disso, o especialista diz que, diante desta não adesão à imunização, um temor de especialistas é o retorno da pólio e do sarampo. As duas doenças já haviam sido erradicadas do Brasil, em 1994 e 2016, respectivamente.
“A maior causa da volta de doenças erradicadas é pela baixa adesão vacinal. E o maior problema da volta dessas doenças se dá pelo fato de que são doenças graves, que podem deixar sequelas para sempre”, pontua Urbano.
A poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa causada por um vírus que pode infectar crianças e adultos e, em casos graves, acarretar na paralisia dos membros inferiores.
“A poliomielite é uma doença grave, que além de paralisar os membros inferiores, pode levar a pessoa a óbito, pelo fato de levar a paralisia da musculatura da respiração.”, afirma o infectologista.
Mitos acerca das vacinas
Por fim, o infectologista explica que existem muitas desinformações a respeito da vacina. O melhor custo-benefício para se combater a mortalidade de uma população, ele diz, é o saneamento básico atrelado a vacinação da população.
“Todos as teorias criadas a respeito das vacinas são falsas. Não existe nenhum dado comprovando elas. Portanto, todas as vacinas são seguras e eficazes, com efeitos colaterais muito pequenos, como dor no local da aplicação e febre baixa. Efeitos colaterais severos devido à vacina são extremamente raros”, completa.
A campanha nacional contra a poliomielite começou no dia 8 de agosto e iria até o dia 9 de setembro. Entretanto, foi prorrogada até a última sexta-feira (30). No Espírito Santo, a Sesa estendeu o prazo para 31 de outubro.