O Espírito Santo, diferentemente dos demais estados da região Sudeste, tem apresentado um cenário de estabilidade nos últimos meses de casos notificados da dengue. Até a semana epidemiológica (SE) 42 deste ano (até o dia 22 de outubro), foram notificados 16.159 casos de dengue. Além disso, no momento, não há municípios com alta incidência de casos notificados.
A estabilidade é confirmada com a manutenção de menos de 200 casos notificados por semana, desde o final do mês de agosto até outubro. Para efeito de comparação com o ano epidêmico da doença no Estado, em 2019, quando foram notificados 79.711 casos da doença, neste mesmo período, as notificações variavam entre 600 a 400 casos por semana.
Além disso, comparando também os casos até a semana epidemiológica (SE) 42 de 2019 com a atual, tem-se uma redução de 78,6% em casos notificados. Em 2019, até a SE 42 foram notificados 75.742 casos.
No entanto, mesmo com o cenário de estabilidade, os cuidados devem ser mantidos para o enfrentamento da dengue, em especial nos meses que antecedem o Verão e até o final da estação mais quente do ano, considerado o período de maior sazonalidade da doença.
“Temos a dengue como uma doença endêmica em nosso País, ou seja, temos casos durante todo o ano. Entretanto, o período de maior concentração de casos notificados tem início em outubro e vai até maio. Mesmo com o período de estabilidade atual, é importante e essencial que continuemos a tomar todos os cuidados”, ressaltou o chefe do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental da Secretaria da Saúde (Sesa), Roberto Laperriere Júnior.
De acordo com Laperriere, esse é o período do ano que os cuidados devem também ser intensificados. Para o enfrentamento à doença, a referência técnica destacou a atuação da Sesa, por meio de capacitações das equipes nas superintendências regionais de saúde e nos municípios, além do apoio para a realização do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) e o monitoramento por ovitrampas.
Ele ressaltou também o fornecimento de insumos necessários para o combate à doença nos municípios; o estimulo para a realização de mutirões de limpeza e as campanhas de conscientização do morador no cuidado com as residências, além do apoio de maneira complementar aos municípios, avaliando e monitorando dados diariamente.
“Além disso, também acompanhamos as reuniões de monitoramento realizadas pelo Ministério da Saúde, discutindo maneiras tripartite sobre os indicadores das arboviroses, bem como a implementação de novas tecnologias/projetos para o enfrentamento das arboviroses”, informou Laperriere.
Cenário de estabilidade também para zika e chikungunya
Os casos notificados de zika e chikungunya seguem o cenário epidemiológico da dengue de estabilidade, com média de 14 casos/semana nas últimas quatro semanas para zika e de 30 casos/semana para chikungunya.
Até a semana epidemiológica (SE) 42, foram notificados 830 casos de zika e 2.588 de chikungunya no Espírito Santo. A concentração de casos notificados de zika aconteceu entre os meses de abril e maio e de chikungunya entre março e maio.