Acesso de IPs fora do ES pode ser bloqueado para evitar que moradores de outros estados agendem vacinação
O Espírito Santo estuda estratégias para evitar o chamado “turismo de vacina”. O secretário Nésio Fernandes disse, na tarde desta segunda-feira (28), que o Governo do Estado deve exigir apresentação do título de eleitor na hora do agendamento e, quando estiver implementada uma plataforma única eletrônica de agendamento, o bloqueio do acesso de IP de fora do estado.
Nésio disse que, do ponto de vista legal, não há impedimento da marcação da vacina por pessoas de outros estados, mas pode haver prejuízo da cobertura vacinal do Espírito Santo, caso haja um aumento substancial do chamado “turismo de vacina”, principalmente por moradores de municípios onde não é feito o agendamento online.
MPES notifica secretaria para não antecipar 2ª dose
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça Cível de Vitória, notificou o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes de Medeiros Júnior, e a presidente do Colegiado das Secretarias Municipais de Saúde do Espírito Santo, Cátia Cristina Vieira Lisboa, para que não orientem os gestores municipais de saúde a descumprirem as orientações técnicas do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19. Segundo o MPES, o principal ponto a ser observado é a vacinação da população com a segunda dose da vacina AstraZeneca/Fiocruz sem que se cumpra a previsão de intervalo de 12 semanas entre as doses primeira e a segunda dose.
A instituição também recomenda que esses gestores sejam orientados para que adotem todas as providências administrativas para garantir a organização dos serviços de saúde e as ações de vacinação através do agendamento (via web, contato telefônico ou visita em domicílio) do público que ainda não conseguiu agendar e tomar a 2ª dose da vacina AstraZeneca/Fiocruz dentro do tempo orientado pelo Ministério da Saúde. O objetivo é que seja respeitado o prazo estipulado de aplicação para completar o esquema de vacinação dos já vacinados com a 1ª dose.
Durante a coletiva desta segunda-feira (28), o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Luiz Carlos Reblin, comentou que a decisão de antecipar o prazo de aplicação da segunda dose do imunizante é porque as vacinas já estavam em território capixaba. “Antecipamos a vacinação da AstraZeneca porque já estava aqui. Não fazia sentido, já que a indicação se enquadrava dentro do prazo de aplicação da vacina. Então não tem sentido guardar as doses que vão ser aplicadas nessas pessoas algumas semanas depois. É perfeitamente adequado e ajuda a criar uma imunidade coletiva mais ampliada vacinando essa quantidade de pessoas mais rapidamente”, disse.
Entenda
A Secretaria de Estado da Saúde autorizou no dia 22 de junho todos os municípios a anteciparem em 14 dias a aplicação da segunda dose da vacina da AstraZeneca. Com a decisão, a dose de reforço passará a ser aplicada após 70 dias da primeira imunização e não com 84 dias. A informação foi repassada pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, durante coletiva. A decisão foi tomada após o recebimento de mais de 150 mil doses da vacina da AstraZeneca no dia 19.