O Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli, desatacou que o Brasil já esperava a entrada de aves silvestres contaminadas pelo H5N1 vindas de países vizinhos, justamente pela característica migratória. Com isso, o país já tinha estabelecido protocolo de biossegurança dentro do setor comercial desde 2007, através de normas e equipamentos.
Na segunda-feira (15) o Ministério da Agricultura anunciou que o estado capixaba registrou os três primeiros casos de influenza aviária. Contudo, os animais contaminados não eram de granjas comerciais, o que faz Enio Bergoli avaliar que, neste primeiro momento, a produção e atividade econômica não está comprometida.
O ES possui um abate diário de mais de 250 mil aves e produz quinze milhões de ovos por dia, sendo o terceiro maior produtor nacional. Esses produtos além de abastecer o mercado interno, são enviados para outros estados e até mesmo para o mercado internacional.
“No Espírito Santo, o setor da avicultura é extremamente relevante para nossa economia, que é competitiva em razão da qualidade e arranjos tecnológicos empregados. Não há risco nenhum de desabastecimento e nem de consumir ovos e aves infectados na avicultura. Por isso, não haverá interdição de comércio para outros estado e de acordo com protocolo internacional não podemos sofrer sanções a respeito da interrupção do comércio internacional”, apontou o secretário.
O objetivo do Estado é, empregando medidas de controle e fiscalização ainda mais rígidas, evitar que o vírus chegue a parte comercial. “Nosso sistema de fiscalização funciona com laboratórios de muita eficiência. Uma vez identificada as características dessas aves, prontamente coletaram o sangue, o que faz parte do serviço que Idaf já faz no dia a dia. Então a única mudança que será realizada por parte Idaf será intensificar uma ação que já é feita no dia a dia. Ou seja, só detectamos isso, porque somos eficientes e de certa forma isso foi importante agora para que essa doença, que está em animais silvestres, não chegue efetivamente em aviário”, destacou o secretário de Agricultura do Espírito Santo.
Ainda de acordo com a Seag, já existe um critério muito cuidadoso e enrijecido para acesso a aviários e granjas comerciais no Espírito Santo, o secretário explicou que a qualquer sinal de vírus, isso se intensifica, isolando animais, se for necessário assim como com os seres humanos. “A gente já tem muito conhecimento sobre vírus e doenças e é mais ou menos a mesma coisa que com as pessoas, com tempo de isolamento de 14 dias. Normalmente as doenças que ocorrem nos animais também são os agentes de transmissão que ocorrem nos humanos e os cuidados são parecidos”.
Casos no ES
O Ministério da Agricultura anunciou, nesta segunda-feira (15), ter detectado dois casos de gripe aviária – H5N1 – no litoral do Espírito Santo em aves trinta-reis-de-bando. São os primeiros registros da doença, em versão de alta patogenicidade, no Brasil. Foi confirmada também a detecção da IAAP em uma terceira ave migratória da espécie Sula leucogaster (atobá-pardo) que já se encontrava no Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Cariacica (Ipram).
O ministério destacou que notificação da infecção pelo vírus da IAAP em aves silvestres não afeta a condição do Brasil como país livre de IAAP e os demais países membros da OMSA não devem impor proibições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros.
