Saúde

Entenda por que dormir bem é fundamental para preservar a sua saúde

24 ago 2024 - 13:30

Redação Em Dia ES

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Neurologista, com ênfase em medicina do sono, explica os prejuízos de uma noite mal dormida e como melhorar a sua rotina de sono
O sono tem relação direta com o desenvolvimento humano. Foto: Luis Alvarez/Getty Images

Dormir é tão importante quanto se alimentar. Se essa afirmação lhe causou algum espanto, saiba que o sono está diretamente ligado a uma boa condição física e mental. Manter uma higiene de sono adequada, com horários fixos para dormir, reduz as chances de uma série de doenças graves, além de garantir disposição para as atividades do dia a dia.

De acordo com o médico neurologista Leonardo Maciel, com ênfase em medicina do sono, a grande maioria dos adultos precisa dormir de 7 a 9 horas por noite.

“Esse tempo de sono deve ser respeitado diariamente, mesmo em férias, feriados e finais de semana. Pode variar um pouco, um ou outro dia, mas isso não deve virar rotina. Sono não pode ser deixado de lado. Não é uma opção. Você não pode deixar de alimentar-se bem e regularmente para estudar, ou mesmo para praticar atividade física ou ir a festas. Da mesma forma, não pode deixar de dormir bem em detrimento de qualquer outra atividade”, defende.

“Sono não é desligar ou apagar, nem apenas descansar. Mais do que a óbvia função atrelada de descanso – você pode descansar, sem dormir, as principais funções do sono estão relacionadas à restauração do organismo, tanto da imunidade, quanto física e mental. Tem uma função de ‘limpeza’ da memória, melhorando a atenção e a plasticidade cerebral. Também é importante para mitigar o estresse físico e mental”, explica o médico.

O neurologista esclarece que algumas pessoas conseguem “funcionar bem” com menos de 6 horas de sono por noite. No entanto, os chamados “dormidores curtos” são minoria.

“Existem pessoas que são dormidores curtos, e dentro de um padrão genético, geralmente isso não causa grandes transtornos. No entanto, trabalhos científicos recentes já demonstram o aumento da incidência de doenças cerebrovasculares, nestes pacientes e mesmo nos dormidores longos (mais de 9h por noite). Há também as pessoas que têm o que chamamos de ‘padrão vespertino’, que tendem a dormir mais tarde, acordar mais tarde, e desempenham melhor suas funções à tarde, à noite, ou mesmo de madrugada. A grande maioria não apresenta esse padrão e têm prejuízos com a falta ou privação de sono”, afirma Maciel.

O sono tem relação direta com o desenvolvimento humano. Em qualquer fase da vida, não dormir bem pode levar a uma extensa lista de prejuízos a saúde.

“Irritabilidade, desatenção, falta de ânimo ou energia. Aumento do apetite por doces ou carboidratos, hiperfagia (comer em excesso) e Sonolência Excessiva Diurna (SED) são sintomas mais imediatos. Depressão, descontrole de glicose, pressão e déficit de memória são sintomas de médio prazo. O sono está diretamente ligado com doenças como Parkinson e Alzheimer, além de aumentar a incidência de doenças cardíacas e cerebrovascular como o AVC”, alerta o neurologista.

Higiene do sono
Para quem precisa dormir melhor, algumas mudanças na rotina podem ajudar:

  • Praticar atividades físicas regulares durante o dia;
  • Atividade física durante a noite pode atrapalhar o sono;
  • Expor-se ao sol em horários apropriados. Pelo menos 30 minutos de sol por dia, ajuda a regular, também, seu ritmo de sono;
  • Ambiente calmo, tranquilo, arejado, sem nenhum som ou ruído, ou luzes na hora de dormir. Nem mesmo luzes de LED, de celulares, carregadores, outros aparelhos;
  • Um banho (evitar muito frio ou muito quente) é aconselhável antes de dormir. Assim como uma ducha fria pode despertar, o corpo quente pode prejudicar o sono;
  • Não dormir com fome: alimentar-se 1 a 2 horas antes de dormir;
  • Evitar o uso de bebidas alcoólicas, fumo e/ou sedativos. Eles alteram o ritmo de sono. São sedativos, não promovem sono de qualidade;
  • Evitar atividades estressantes, como resolver problemas, ou atividade mental extenuante, antes de dormir;
  • Nunca dormir fora da cama, cochilar em sofás ou poltronas, ou dormir na sala vendo TV;
  • Se acordar no meio da noite e não voltar a dormir rapidamente, levantar e fazer atividade leve, como ver um filme, ouvir música, ler, escrever…Mas, sentado!
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